Eu me mudei!: Haunted Garden

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Haunted Garden

By Hika-chan.
GENTE DO CÉÉÉU! MIL DESCULPAS PELO ATRASO, SÉRIO! *morre com as pedradas*
Eu fiquei tão cheia de coisa para fazer que vocês não tem ideia, mas eu finalmente consegui terminar a fic de Halloween. AH, MOLEQUE!! MUAHAHAHAHAHAHAHAHAHA.
Ai, eu espero que vocês gostem, mas já sabem né? Sou um lixo de escritora i-i
Menines, espero que vocês gostem e qualquer coisa, podem me dizer e bater em  mim se quiserem.

Ah, para quem não sabe. A fic não é de anime, é com amigas minhas daqui mesmo, queria fazer algo diferente e deu no que deu. ^^" E tá grande hein? Se preparem.

Enjoooooy! (ounão'-')


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Haunted Garden

O vento batia gelado pelo céu acinzentado, contradizendo completamente a estação que devia ser a primavera. Em um amplo corredor de trepadeiras, duas jovens andavam lado a lado. Uma delas prestando atenção demais nas tais plantas, esta segurava um papel e decidiu tocá-las a fim de encontrar o que procurava.
Passaram-se 10 minutos e nada.
A outra jovem, que tinha cabelos castanhos médios e olhos verdes, acompanhava a outra com uma gota.
-Ah... Yuu. Tudo bem? – Perguntou.
A segunda jovem suspirou frustrada e desistiu de tatear as trepadeiras.
-Meu deus. Isso é impossível. – Essa jovem tinha cabelos mais escuros, que iam até os ombros, os olhos também eram escuros.
A outra jovem ajeitou o cachecol.
-A Mii não deu nenhum mapa?
-Ah. Você quer dizer esse “mapa”? – Disse entregando um pedaçinho de papel.  A outra jovem o abriu, nele dizia:
“Para encontrar a entrada, siga pelo corredor de trepadeiras.
E lembre-se, o importante é encontrar a coruja.”
No canto direito inferior tinha uma carinha sorridente com a língua para fora.
-Bem... É a Mii de quem estamos falando, afinal. – Ela suspirou.
-Ela devia ser um pouquinho mais específica, não acha Blue nyan?
-Bom, é. – Blue olhou para cima, para o céu. – É melhor acharmos logo, parece que vai chover.
-Sim. – Concordou.
Mas então naquele momento, a jovem de olhos verdes percebeu uma coisa. Uma coruja de pedra em cima das cercas-vivas. Há um metro de distância desta, havia outra.
-Blue Nyan...
-Sim, eu vi. – Ela respondeu.
-Então, será que...?
-Encontre a coruja!
-As corujas, né? – Yuu riu.
Shuiiiich. Elas ouviram. As cercas ganharam vida e as corujas de pedra brilharam fracamente. Surgiu ali um enorme portão de bronze, este deu um estalo e abriu-se as convidando a entrar no que parecia um enorme e elegante jardim.

***
-Hika-chan... – Uma jovem de cabelos loiros que enchia vários copos com refrigerantes e sucos, chamou.
-Sim? – A jovem ao seu lado respondeu sorridente. Esta tinha cabelos de cor ruiva e olhos violetas.
-Eu sei que é Halloween e pá... – Ela disse, terminando de encher o ultimo copo. – Mas precisava mesmo cortar a energia?
Hikari riu.
-Ué, é para dar um clima, Miya-chan.
-Ainda bem que eu tinha velas. Se eu ficar sem energia, a culpa é sua, hein. – Miyako pegou a bandeja e se dirigiu até a sala.
-Ei, ei. Não me culpe por ajudar. – A ruiva disse, terminando de decorar os doces.
-Eu sei, eu sei.
Miyako caminhou até o centro da sala e colocou a bandeja na sua mesinha de centro, foi quando seus olhos escarlates avistaram outra coisa. Uma capa de DVD, a imagem era de uma mulher que poderia dizer que era bonita, no topo escava escrito com letras elegantes: “Cisne Negro”.
-Mas hein?! – A jovem pegou a capa e a examinou de perto. – O que isso tá... Ah.
Ela olhou para o seu lado e avistou uma garota de cabelos castanho avermelhados, enrolada em um cobertor, tremendo.
-Crys-chan, não me diga que você...
-Eu não tenho culpa! Eu tava curiosa! – Crystal exclamou e depois voltou pro cobertor.
-Mas eu avisei que você não ia gostar!
Toc. Toc.
A jovem loira se dirigiu para a porta.
-É só um filme, ok? Calma.
-Eu sei. Filme maldito, quero que você queime. – A outra sussurou.
Miyako abriu a porta.
-Bem-vin-
E um papel acertou a sua testa.
-Das... – Ela pegou o papel. – Que isso?
-O seu “mapa”. – Yuu respondeu. – Ou quase.
-Ah. – Miyako sorriu. – Mas vocês conseguiram encontrar a entrada, não é? Mapas normais não tem graça.
Elas ficaram com uma gota.
-Mas também não tem graça ficar um tempão procurando a entrada.
-Uh, eu não previ isso. De qualquer forma! Entrem, entrem!
Assim que adentraram e Miyako fechou a porta, ela sentiu um calafrio e se virou para encarar a janela. Não havia nada ali.
-O que foi, Mii? – Perguntou Blue, colocando o casaco no cabideiro.
-Ah, nada não. Só impressão minha.
-Ah, oi gente! – Cumprimentou a jovem ruiva ao sair da cozinha, segurando uma bandeja com doces. – Quem quer doce?
-TEM CHOCOLATE?!? – Miyako exclamou, animadíssima, com olhos brilhantes, correndo até ela.
Toc. Toc. Toc. Toc.
-Atende a porta antes, Miya-chaaan! – Hikari exclamou, erguendo a bandeja acima da cabeça, longe da outra jovem que poderia acabar comendo todos os doces e não só os chocolates.
Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc.
-Ah, já vai, já vai! – A loira foi correndo até a porta.
Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc.
-Opa, atendi!
Uma garota de cabelos castanhos encaracolados esfregava as mãos tentando espantar o frio. Assim que a porta abriu, ela correu para dentro.
-Frio! Frio! – Ela exclamou. – Miya-chan, seu jardim não sabe que estamos na primavera?
-Desculpa, Daisu-san, mas eu não controlo o tempo. – E fechou a porta.
Ela suspirou.
-Bem, é.
-Que tal um chocolate quente para esquentar?! – Miyako exclamou, praticamente rodeada de coraçõezinhos.
Não houve discussão, afinal, quem não gosta de um bom chocolate quente em um dia de frio? Ficaram tão entretidas conversando que nem perceberam uma sombra passando rapidamente pela janela.
***
A noite finalmente caíra, a Lua tinha uma coloração arroxeada sombria, assim como a noite em si. Diferente das noites de primavera que são calmas e frescas, esta era escura, fria. Não só isso, o clima piorara, nuvens escuras e carregadas enchiam o céu ao som dos trovões com raios ao fundo.
-Hm.
-Que foi? – Crys perguntou ainda enrolada no cobertor, indo até a jovem loira que encarava a janela.
-Ah, nada. É que eu não tô gostando desse clima, tá muito esquisito.
-É, mas você queria o quê? Do jeito que o planeta tá todo desajustado é normal ter noites assim.
-Tem certeza?
-Confia em mim. – Crys sorriu.
Mas ainda assim, alguma coisa não parecia certa.
-Muito bem, pessoas! – Hikari exclamou, sentada no sofá com os braços levantados. – Já que é Halloween, vamos contar umas histórias de terror.
Silêncio.
-Ah, vamos? – Ela pediu, com olhos brilhantes.
-Eu começo! – Miyako exclamou, indo até o sofá onde estavam as outras.
-Eu já tive a minha cota de histórias assustadoras por hoje. – Crys murmurou, estremecendo ao se lembrar do filme.
-Vamos. – Miya chamou, segurando o pulso da amiga e levando a junto.

Todas se ajeitaram no sofá, com as canecas de chocolate quente e vez ou outra pegando os doces que estavam na mesa de centro.
-Certo. – A loira começou. – Este é o conto da Endless Halloween.
-Quem? – Blue perguntou.
-Não é muito conhecida. – Ela pigarreou. – Muito bem.
“Essa é a estória de uma garotinha chamada Hally. Ela era pequena, desajeitada, inocente e adorava o halloween mais do que tudo. Por causa disso, não tinha nenhum amigo, pois todos a achavam estranha. Mas ela não ligava e esperava todos os anos ansiosa pelo Halloween. Entretanto, no seu 13º ano, enquanto visitava um bairro deserto e se deparou com um campo baldio, no meio tinha uma reluzente abóbora brilhante. Ela, curiosa, resolveu pegá-la, mas assim que chegou perto, uma luz verde fantasmagórica se espalhou pelo lugar e uma forma humanoide apareceu, uma mulher. Ela olhou para a garotinha e sorriu, mas não era um sorriso bondoso. Ela disse que Hally havia ganhado a chance de ter um desejo concedido. Hally nem esperou e desejou poder ter sempre por perto aquilo que mais amava. Mas o desejo não aconteceu como ela queria, segundos depois a pele dela ficou verde e remendava, suas unhas cresceram e ela ganhou caninos afiados, a humanidade se esvaiu de seu corpo quando seus olhos ficaram amarelos, os cabelos ficaram brancos e ela ganhou um sorriso maníaco no rosto. A garotinha que um dia existiu morreu naquele dia e nasceu a Endless Halloween. Todos os anos ela volta e desafia alguém, caso essa pessoa perca, o mundo afundará em um Halloween eterno.”
-É isso. – Miyako terminou, mas o sorriso sumiu do seu rosto assim que viu Blue e Daisu encarando sem piscar um ponto atrás dela. – Que foi...?
-Ah, Mii, eu não quero te assustar... – Blue começou.
-Mas a guria da tua história tá na janela. – Daisu exclamou, apontando. Todas se viraram em um pulo e viram. Uma garota de olhos amarelos, completamente amarelos e sorriso maníaco, o rosto colado no vidro da janela.
Um relâmpago brilhou e ela desapareceu.
-MASHEIN?! – Miyako berrou. – CADÊ?!
-Aquilo não foi imaginação nossa, tenho certeza! – Crystal exclamou.
-Eu não fiz nada! – Miyako apressou-se em dizer. – Ah, tudo bem! Vamos manter a calma e...
Escuridão total.
-AI MINHA NOSSA SENHORA DA BICICLETINHA!
-QUEM APAGOU A LUZ?!
-Você, ué. Você cortou a energia para dar um clima de halloween!
-Ah, nem vem! Eu não tenho nada a ver com isso!
-Cadê as velas?
-GENTE! ISSO NÃO TÁ LEGAL!
-Avá?!
-Ok, ok. Já me acalmei, vamos todas manter a-
Uma luz verde estranha apareceu do nada.
-Bu.
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHH!! – Miyako caiu para trás.
-Boa noite. – Uma garota surgiu na luz, a garota da estória, com seus cabelos brancos e os horríveis olhos amarelos.
-É ela! A Endless Halloween! – Blue apontou.
-Oh, como é bom ser reconhecida. – A monstra pareceu corar. – Não fiquem com essas caras, só vim aqui porque fui chamada. – Ela explicou, apontando para a loira.
-QUÊ?! VOLTA PRO MAR, OFERENDA! Eu não te chamei!
-Querida. – Começou. – Você contou minha história em uma noite de halloween.
-Isso é ser convidada? – Crys murmurou. – Tá mais para ela se convidou.
-Eu ouvi isso. Enfim, vamos ao que interessa. Não tenho a noite toda. -  Ela avisou, começando a lixar as unhas enormes com uma lixa que só Deus sabe de onde ela tirou.
-Como assim? – Yuu resolveu perguntar.
-Ora, não é obvio? O desafio.
-O quê? – Exclamaram.
-Nem vem. Eu é que não vou passar o meu halloween fazendo isso! – A jovem dos olhos vermelhos falou.
-Então, tudo bem. Vocês desistem, eu afundo o mundo do pesadelo eterno e a culpa por tudo isso vai ser você.
Silêncio.
-Chantagista!
-Obrigada!
Miyako se virou para as outras.
-Olha, se eu chamei mesmo essa coisa... – Começou.
-E chamou.
-Ah, cala a boca! – E depois suspirou. – Enfim, é melhor vocês irem. Vocês não tem nada a ver com isso.
-E deixar você sozinha com aquela coisa? – Hikari falou. – Sem chance.
-É verdade, Mii. Não podemos fazer isso. – Blue concordou.
-Mas...
-Nada de “mas”.  – Foi a vez de Daisu falar. – Por mais que eu deteste essas coisas assustadoras, agora não tem mais jeito.
-Bom, pior que aquele filme não deve ser. – Crys comentou.
-Crys-chan... – Yuu ficou com uma gota.
-Ah, enfim. Conte comigo. – A jovem dos cabelos castanho avermelhados falou.
-Eu também. – Yuu assentiu.
-Gente... – Miyako estava com os olhos praticamente brilhando, emocionada.
-Excelente! – Endless Halloween interrompeu. – Se todas estão de acordo, vamos começar!
A luz brilhou mais forte, cegando-as. E depois sumiu.
-Ué?
-Para onde ela foi? – Daisu perguntou.
Um flash brilhante apareceu acima de suas cabeças, as meninas olharam para cima e uma esfera de luz branca flutuava no teto.
Um voz grave entoou da bola.
-O desafio de Endless Halloween deste ano, consistirá em encontrar as esferas da Coragem, Generosidade, Astúcia, Verdade, Sentimento e Sacrifício. Vocês têm 4 horas, Boa Sorte.
A esfera sumiu.
-Bem. É agora, meninas. – Miyako suspirou.
Um vento forte bateu, parecendo levar as meninas para longe e de fato, quando abriram os olhos, estavam em um lugar completamente diferente. Um deserto cinzento.
-Onde estamos? – Yuu perguntou.
-Não, mais importante. Como vamos completar o desafio? Estamos no meio do nada! – Blue exclamou.
-Vamos andando. Quem sabe a gente não encontra alguma coisa? – Hikari sugeriu já andando na direção do nada. Como não havia escolha, todas seguiram a ruiva.

As seis jovens seguiram andando pelo deserto, impossível saber por quanto tempo. O horizonte era cinza, não havia sol e nem vento. A única coisa que encontraram foi uma enorme caverna depois de 20, 30 minutos? Mais? Elas não sabiam.
-Suspeeeeito. – Miyako falou.
-Miya nyan, tudo aqui é suspeito. – Yuu disse com uma gota.
-Tá, mas uma caverna no meio do deserto? Sério?
-Ué? Você queria o quê?
-Um oásis!
-Certo, certo. Vamos entrar então. – Daisu sugeriu. Todas a encararam. – Não tem jeito, gente.
-Ah, ok. – Miyako suspirou. – Vamos, né?
Elas adentraram hesitantes na caverna, depois de vários passos o cinza do deserto desapareceu, e quanto mais adentravam na caverna mais escuro ficava.
-Devíamos ter trazido uma lanterna... – Comentou a Loira. – Eu não gosto de escuridAAAAAH!!
-MII! – Blue agarrou o braço da amiga e a puxou para longe.
-O que houve?! – Crys perguntou.
-Tem um buraco enorme ali! – Miyako exclamou, apontando.
No exato minuto que ela disse aquilo, milhares de tochas se acenderam revelando uma enorme vala profunda, grande demais para saltar. No meio tinha pedaços de pedras que levavam até o outro lado. Pedaços pequenos e frágeis.
-Que original... – Miyako suspirou.
-Vamos ter que pular? Sério? – Hikari perguntou, olhando para o outro lado.
-É o jeito. Quem vai primeiro?
Silêncio.
-E-Eu vou. – Uma voz falou e todas se viraram para ver que era a Daisu.
-Tem certeza? – Perguntou a ruiva.
-Sim, se formos com cuidado, não deve ser difícil.
E lá foi ela, pulando de pedra em pedra, com muito cuidado e tentando sempre não perder o equilíbrio. Foi um suspiro em uníssono quando ela conseguiu.
-Podem vir. É mais fácil do que parece.
E elas foram. Uma a uma, com cuidado, Miyako, Hikari, Blue, Yuu... Até sobrar a Crystal.
-Pode vir, Crys-chan!
-Okay! – Ela acenou.
De repente, uma bailarina negra saltou do nada, os olhos eram pretos e envolta era completamente vermelho. Crys gritou e caiu no chão.
-É ELA! A BAILARINA DO FILME!!
-Do que você tá falando, Crys-chan?! – Miyako gritou do outro lado. – Não tem nada ai!
Como não? Estava lá, bem na frente dela. Todas as três...
EPA! TRÊS?!?
Duas outras balarinas começaram a sair de dentro da saia negra da primeira, o grupo sinistro olhou para Crystal com aqueles olhos.
-CLARO QUE TEM! – Ela levantou e saiu correndo. – SUMAM DAQUI, SUAS MONSTRAS!
-Crys-chan, volta aqui!!
-SEM CHANCE! – Ela respondeu, correndo. Porém não era tão rápida, uma das bailarinas saltou e aterrissou na frente dela. – AH!
A bailarina negra chutou a jovem para a direção oposta que caiu a três metros de distância. Todas as três começaram a se aproximar dela, com as unhas enormes demais, cercando-a, sem chance de escapar.
-Não... Não... – Crys tampou os olhos, querendo mais do que tudo que aquilo fosse só um pesadelo.
Vai deixar ser vencida tão facilmente?
Eh? Quem falara aquilo? Não havia ninguém ali que não fossem ela e as bailarinas. Mas... Aquela voz tinha razão. Ela estava com muito medo, mas não podia ser vencida daquele jeito...
Ela tomou uma decisão.
-SAI DE PERTO DE MIM! – Ela berrou. A jovem chutou a perna da bailarina mais próxima, com o espaço aberto conseguiu ficar de pé. – S-SUMAM DAQUI, SUAS BAILARINAS FAZENDO COSPLAY DE PERU!
Sim, ela gritou isso. Empurrando as outras duas, saiu correndo na direção das amigas que ainda gritavam chamando-a. Só ela mesmo conseguia ver as tais monstras, antes que ela pudesse saltar para a primeira pedra, algo agarrou a sua perna.
-O quê?!
A bailarina que fora chutada, rastejou até ela e agarrou sua perna, tentando puxa-la para baixo.
-Não! – Crys berrou, puxando a perna. – Você não vai me vencer! Eu não tenho mais medo de você!
Ela saltou para a primeira pedra, quase tropeçando, mas consegui se manter firme e seguiu saltando até chegar ao outro lado.
-Ah!
-Crys-chan! – Disseram elas.
-Eu cheguei. – Murmurou.
-Mas o que aconteceu lá? – Blue perguntou.
-V-Vocês não viram?! – Crys perguntou, ofegante. – Aquelas-
Um flash de luz apareceu com um barulho surdo acima de suas cabeças e uma esfera avermelhada desceu até parar nas mãos de Crystal.
“A prova da coragem é enfrentar aquilo que você teme.”
Em letras garrafais na esfera estava escrito: CORAGEM.
-Crys-chan, você conseguiu! – Yuu exclamou.
-Uma das esferas! Mas... como?! – A loira perguntou.
Crys olhou para trás, as bailarinas tinham sumido.
-Eu não sei... Bem. Mas eu consegui, né? É isso que importa.
-Sim! – Miyako concordou. – Bom trabalho.
-Bom trabalho? – Hikari perguntou com uma gota.
-Ah, eu não sei o que dizer para alguém quando essa pessoa ganha uma esfera mágica. – E deu de ombros.
-Ah, gente. Quando foi que saímos da caverna? – Blue apontou para cima. A caverna sumira e elas estavam de volta no deserto cinzento.
-Talvez, já que conseguimos a esfera... – Daisu sugeriu.
-Talvez. – Miyako concordou. – Certo! Agora só falta mais 5! Vamos lá.
-Não fale como se fosse tão fácil assim! – Hikari falou.
***
-Ai, meu pés! – Miyako reclamou, sentando no chão.
-Mii, vamos, temos que continuar.
-Ah, vamos dar uma pausa, vai? – Ela pediu, massageando os pés. – Estamos andando sem parar há... Quanto tempo mesmo?
-Sei lá. Não dá para saber aqui. E falando em tempo, só temos 4 horas.
-Menos. – Hikari corrigiu.
-Viu?
-Droga... – A loira resmungou, levantando.
-Ei! – Daisu chamou. – O que é aquilo?!
Um pedestal solitário erguia-se no meio do deserto, um objeto brilhante repousava no topo. Daisu correu até lá e arquejou ao ver o que era.
-É ouro!? – Yuu exclamou ao lado dela.
-Ouro?! – As outras correram até elas.
-Ah, não é a esfera. – Miyako resmungou.
-Não seria assim tão fácil, vai por mim. – Crys suspirou.
-Bom, se conseguirmos sair daqui, pelo menos estaremos ricas.
-Que pensamento mais materialista, Miya nyan. – Yuu comentou com uma gota.
-Ué, to tentando ver pelo lado positivo. E se o ouro tá aí abandonado é porque não tem dono mesmo.
-Talvez seja melhor levarmos. – Daisu sugeriu, pegando o objeto valioso.
-Acho que não tem problema... E a ideia da Miya-chan nem foi tão ruim. – Brincou a ruiva.
Todas riram e continuaram seguindo caminho, Daisu olhou para trás uma vez. O pedestal havia sumido. Depois de talvez 5 minutos, elas encontraram um rio enorme, com um barco de madeira preso a um poste enferrujado.
-Vamos ter que navegar. – Blue murmurou.
-Mas como vamos soltar o barco daqui? – Hikari perguntou, ao notar que a corda estava dentro do poste.
Enquanto as meninas examinavam o barco, Daisu que segurava o ouro resolveu olhar em volta para ver se achava alguma coisa. Seus olhos avistaram um homenzinho de roupas sujas com um chapéu de cartola olhando para o chão com uma expressão triste.
Ela foi até ele.
-Ah, olhem. – Miyako apontou para o poste.
No poste estava escrito “Deposite aqui o pagamento” e um buraco quadrado logo abaixo.
-Será que é para isso que serve o ouro? – Yuu perguntou.
-Deve ser. Ei, Dais- Hein?! Daisu-san?!
Miyako olhou em volta.
-Daisu-saaan! – Ela chamou. – O que ela tá fazendo?
Mas quando tentou ir até ela, Crystal segurou seu braço.
-Deixa.
-Com licença, senhor. – Daisu chamou.
O homem olhou para ela com seus olhos negros, era um senhor idoso com um grande bigode branco.
-Ah, pois não, minha jovem?
-O senhor está bem?
O homem voltou a olhar para baixo.
-Não muito bem.
-O que houve?
-Ah, não ligue para esse velho. Suas amigas estão te esperando.
Era verdade, elas não tinham tempo para parar e conversar. Mas mesmo assim...
-Tudo bem, não temos pressa. O que aconteceu? – Daisu se sentou.
O senhor sorriu e suspirou.
-Eu costumava ser um homem rico com uma família grande e bonita, vivíamos em uma mansão grande e luxuosa. Todos os dias de manhã, eu via meus netinhos brincando no jardim.
-Parece ser uma vida muito boa.
-E era.
-Era?
-Sim, alguns meses atrás, minha empresa começou a falir. Fiquei desesperado, meu filhos tentaram ajudar, mas eu não dei ouvidos. Estava sempre com raiva e resolvi começar a jogar para conseguir o dinheiro de volta. Não deu certo, me afastei ainda mais da minha família. Agora, nem sei onde eles estão.  Sei que não querem mais um velho problemático com eu.
-Não diga isso. Eles são sua família.
-Ainda sim. Falimos por minha causa e agora não temos nem dinheiro para comida.
Lágrimas começaram a cair do velho rosto do senhor. Daisu sentiu o coração ficar apertado. Não tinha como não achar triste a história do senhor, sobre a sua decadência por um erro que tinha cometido.
-Daisu-saaan! – Miyako chamou. – Precisamos do ouro para soltar o barco!!
-Eh?
Ela precisava ajudar as amigas, mas sentia que devia ajudar aquele idoso senhor também. O que fazer?
Qual escolha você vai tomar?
Que disse aquilo? Daisu olhou em volta. Ela poderia dar o ouro para o senhor ou usar como pagamento para o barco. Ela tinha de escolher.
Ela já sabia.
Daisu segurou a mão do idoso e colocou a pedra de ouro na palma de sua mão.
-I-Isso é...
-Pode levar isso. – Daisu falou. – Use para salvar sua família e recomeçar a sua vida. Não deixe de ouvir os seus filhos dessa vez.
O velho senhor sorriu e segurou o ouro.
-Obrigado, minha jovem. Farei isso. Obrigado.
Daisu sorriu, mas quando olhou de novo para o senhor, ele havia sumido. O que restou no seu lugar foi um pequeno ponto de luz que cresceu até tornasse uma esfera de luz amarela.
“A prova da generosidade é dar algo importante para aquele que mais precisa.”
A esfera voou até suas mãos, nela estava escrito com as mesmas letras. GENEROSIDADE.
-GENTE! GENTE! – Daisu exclamou, correndo até elas.
-O que foi?! – Miyako perguntou. – AH! Isso é...
-SIM! Eu consegui a outra esfera.
-Muito bom, Daisu. – Hikari sorriu. – Mas como?
-Com aquele senhor... – Ela não terminou a frase.
-Que senhor?
-Ah, nada não. Eu conto outra hora, mas já aviso que usei o ouro.
-Eh?! Mas e agora?
-Olhem! – Crys apontou.
O barco que estava preso sumiu, assim como o poste. Mas no lugar deles começaram a surgir várias e várias tábuas de maneira que começaram a se juntar, formando uma ponte.
-Uau. Bem na hora. – Yuu falou. – Vamos então?
-Sim! Próxima esfera, lá vamos nós.
-De novo, não fale como se fosse tão fácil.
***
Depois de passarem pela ponte, as jovens continuaram seguindo caminho pelo deserto. Talvez 1 hora tivesse passado depois de tudo aquilo, dessa vez elas não poderiam parar nem um minuto.
-Já conseguimos duas esferas, certo? – Perguntou Yuu.
-Sim, coragem e generosidade. – Respondeu Miyako.
-Me perguntou qual será a próxima... – Murmurou.
Muros surgiram na frente delas com uma passagem que parecia seguir em frente até outro muro com uma curva para a esquerda.
-Isso é um labirinto?! – Perguntou Blue. – Sério?
-Não é possível! Tô ferrada, senso de direção: 0. – Miyako apontou para si mesma.
-Calma, meninas. Nós temos escolha?
-Acho que não... – Blue murmurou e Miyako soltou um suspirou.
-Vamos então. – Yuu falou, já entrando no labirinto, seguida das outras.
Depois de virar para esquerda, direta, subir e até descer. As jovens perceberam que estavam perdidas.
-Maravilha! – Miyako gritou. – Onde estamos?!
-Essa é uma pergunta que não dá para responder quando se está em um labirinto. – Crys falou.
-Gente... – Daisu começou. – Cadê a Yuu-chan?
-Eh? – Blue olhou em volta. – Yuu?

-M-Mas hein?! – Yukari exclamou. – Eu me perdi!
Ela correu por alguns corredores, mas nada.
-Ah, não. Não! – Ela caiu no chão. – Droga... É exatamente por isso que eu detesto labirintos.
Ela tentou gritar o nome das amigas, mas sem sucesso.
Silêncio.
-Droga...
-O que houve, jovenzinha? – Uma voz sibilante sussurrou.
-O quê? – Yuu virou para trás.
O que ela encontrou não foi nem um pouco tranquilizador. Um ser rastejante, uma cobra vinha em sua direção. Tinha olhos verdes fluorescentes, a cabeça era bege, mas tinha uma espécie de juba vermelho sangue e o corpo era coberto de penas roxas.
A cobra rastejou em volta dela até que seu longo corpo a cercasse, os olhos verdes encararam os olhos escuros dela.
-O-O quê você quer? – Yuu perguntou.
-Eu? Eu quero a verdade.
Ao olhar para aqueles olhos, Yukari viu uma sequência de imagens. Uma de um garoto dizendo para a mãe que ia estudar, mas foi para a casa do melhor amigo jogar video game. Uma garota que ligou para o namorado, quando na verdade estava na casa de outro. Um garotinho apontando para o cachorro enquanto escondia a bola atrás do sofá que ficava atrás do vaso quebrado. Várias e várias imagens passaram pelos seus olhos.
Até parar subitamente fazendo cambalear.
-Não é? Não é? – Sibilou a cobra. – O sssser humano é uma criatura tão ssssuja e mentirosa. Não há como evitar, todos são asssssim!
-I-Isso não é... – Mas tampou a boca.
-O quê?! Que não é verdade?! – A cobra sibilou alto. – Acussssas-me de contar uma mentira?!
Yuu ficou quieta. Como ela deveria lidar com aquela cobra? E que cobra era aquela?
-Eu ssssou a cobra da mentira. – Apresentou-se como se lesse seus pensamentos. – Eu como a alma daqueles que ousam mentir em minha presença. E você, garotinha? É outra mentirosssa?
-Eu não! – Pensou Yuu, indignada.
-Ah, não? – Sibilou a cobra, parecendo ler seus pensamentos outras vez. – Imposssssível. Todos mentem. Eu sssei que você quer dizer que não tem medo de mim e prefere ficar aqui do que sssair novamente com aquelass idiotasss e correr o risssco de perder a própria vida.
O quê? Por que de repente ela tinha vontade de dizer tudo aquilo mesmo? Olhar os olhos da serpente começou a deixá-la com tanto sono que ela pensou que o melhor era simplesmente concordar...
Não faça isso! Não caia na armadilha! Diga o que você realmente pensa!
De onde veio aquela voz? Ah, não importava. Aquilo fez Yuu acordar. Ela estava prestes a mentir contra a sua própria vontade. Cobra maldita...
-Não. – respondeu.
-O quê?!
-Eu... Eu estou com medo. Estou com muito medo, mas mesmo assim... Eu quero ajudar as minhas amigas. Eu não quero desistir. – Yuu falou, séria.
A cobra berrou e recuou para trás como se ácido tivesse sido jogado nela.
-IMPOSSSSSÍVEL! NÃO TEM CHEIRO DE MENTIRA! NÃOOOO...! – A cobra berrou alto e começou a brilhar. Yuu tampou os olhos no momento que ouviu uma explosão, ao abri-los na sua frente, flutuava uma esfera lilás.
“A prova da verdade é dizer o que você realmente sente, não importa quão duro seja.”
A esfera flutuou até chegar as suas mãos, nela estava escrito: VERDADE.
O labirinto se dissolveu ao seu redor, Yuu suspirou de alívio.
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHH!
...Mas hein?!
Uma garota loira se espatifou no chão ao seu lado e em seguida uma menina ruiva caiu em cima dela. Em seguida, mais três garotas caíram, apesar de ter sido um pouso bem dolorido, nenhuma teve o azar de outra caindo em cima delas.
-Ai. – Reclamou a ruiva. – Ainda bem que caí no macio.
-H-Hika-chan... – Gemeu a loiro embaixo dela.
-MIYA-CHAN DO CÉU! – Hikari gritou, levantou em um salto e ajudou a amiga a se sentar. – Desculpa! Desculpa!
-Ai... – Miyako tinha espirais nos olhos.
-Yuu! – Daisu exclamou. – Finalmente achamos você!
-Ai. – Crystal resmungou, esfregando os joelhos. – Por acaso foi você que abriu um mega buraco sob nossos pés?
-N-Não... – Yuu murmurou com uma gota. – A-Ah, olhem!
Ela mostrou a esfera.
-Você conseguiu a terceira esfera! – Blue exclamou. – Mas como?
-Eu só precisei dizer a verdade. – Respondeu.
-Hein? – A morena levantou uma sobrancelha.
-Vixe Maria. – Miyako resmungou. – Eu fiquei doida de vez, tô vendo números luminosos em cima da minha cabeça.
-Eh? – Yuu olhou para ela. – Não é isso, Miya nyan. Estou vendo também.
Grandes e azuis. Como os números de uma relógio digital, brilhavam acima da cabeça da loira.
03:01
02:59
Elas tinham só duas horas até o tempo terminar.

***
-Mas essa garota é uma maldita do caramba mesmo! – Miyako exclamou.
Depois do desafio do labirinto e de descobrirem que só tinham mais 2 horas, talvez menos, as cinco amigas resolveram seguir caminho pelo deserto cinzento novamente.
-Concordo! – Blue estufou as bochechas. – Isso é ridículo! Só agora ela resolve avisar quanto tempo falta?
-E por que tinha que ser um deserto cinza?! Já tô cheia dessa ausência de cor!
-Ah... Gente. – Hikari chamou, visto que suas amigas berravam para o nada. – O que vocês estão fazendo?
-Estamos expressando nosso descontentamento! – Miyako respondeu.
-Exato. – Concordaram e uníssono.
-Ceeeeerto. Sei que estão com raiva, mas isso não vai ajudar muito não.
-Ah, que coise! Estamos andando há horas, não temos nem como checar o nosso progresso! Eu quero um menu, já!
-Isso aqui não é joguinho de realidade virtual, Miya-chan. – Hikari comentou com uma gota.
-Chega de papo! – Daisu, que estava mais na frente, exclamou. – Vamos logo, gente! Já estamos na metade do caminho.
-Já vamos... – A loira suspirou, depois gemeu de dor. – Minhas costas...
-Desculpa. – Hikari apressou-se em falar.
-Ah, tá de boa, Hika-chan. Sério. – Miyako respondeu sorrindo. – É preciso mais que alguém caindo nas minhas costas para me derrubar.
-Mas é só mostrar um chocolate que você pira. – Brincou Crys.
-Ei!
Elas riram.
-Vamos, vamos. – Hikari chamou.
Elas continuaram andando, porém, Blue ficou mais para trás, perdida em pensamentos.
-Tínhamos 4 horas, agora só restam 2. E nem sabemos como é que o tempo aqui funciona... E se acabarmos presas em outra caverna e só conseguirmos sair quando já não tivermos mais tempo...
A jovem dos olhos verdes ficou tão perdida em pensamentos que percebeu tarde demais a névoa densa que se formou ao seu redor.
-Ah, claro. Só faltava essa. – Resmungou e saiu correndo na esperança de sair da névoa.
Nada feito.
Quanto mais ela andava mais escura a névoa parecia ficar, e não havia som, nem mesmo seus passos que faziam barulho ao andar na areia.
-Meu deus... E agora? – murmurou.
-AUF!
-AI CARAMBA! – Gritou antes de olhar para trás e ver que era um...
Cachorro.
Um husky, na verdade.
-Ai, ufa. É só um cachorro.
-Auf! – O cachorro latiu outra vez, balançava o rabo alegremente, então não parecia ser perigoso.
Mas será mesmo? Ela não devia subestimar nenhuma criatura que encontrasse ali. E se o cachorro quando ela menos esperasse ganhasse asas enormes, caninos afiados e patas com garras como navalhas?
Ah, mas ele era tão bonitinho.
-Auf. – Ele latiu outra vez e saiu andando na frente de Blue.
-Ei, espera aí! – Ela pediu antes de começar a segui-lo.
Ela não sabia por que, mas sabia que devia fazer isso. E se o cachorro quisesse fazer algum mal a ela, já poderia ter feito.

Depois de algum tempo seguindo o cachorro, Blue acabou sentando no chão, exausta. E não fazia muito tempo que ela estava ali. Aquele lugar era mesmo estranho.
O husky foi até ela e se sentou a sua frente.
-Ai... Você não faz ideia de onde eu estou, né?
O cachorro inclinou a cabeça para o lado.
-Eu sabia que não. – Suspirou.
Blue olhou em volta. Ainda não tinha nada.
-Você se perdeu dos seus amigos também? – Perguntou.
As orelhas do Husky tremeram ao ouvir a palavra “amigos”.
-É acho que talvez.
Blue percebeu que o cachorro olhava fixamente para ela, com aqueles olhos azuis cristalinos, como se esperasse que ela fizesse algo.
-Auf-Auf! – Latiu outra vez.
-Desculpe, não entendo cachorrês. – Comentou com uma gota.
Não é necessário palavras para vocês se entenderem.
Ah, ok. Agora ficou estranho. Estava ela ouvindo vozes? Virou para trás, mas não viu nada. Sentiu algo puxando a manga de sua blusa. Era o cachorro que tentava chamar sua atenção. Ele andou para frente, mas parou. Rodou envolta de si mesmo e apontava para longe com o focinho, como se indicasse o caminho.
-Espera. Você estava tentando me ajudar a achar o caminho?
O cachorro latiu feliz.
-Mas você nem me conhece.
O husky inclinou a cabeça para o lado, ele parecia sorrir. Andou até ela e lambeu sua mão.
Blue fez carinho em sua cabeça.
-Você não tinha um motivo, não é? Só queria me ajudar.
-Auf!
Blue riu e usou as duas mãos para afagar a cabeça do animal. Ele abanou ainda mais a cauda.
-Hehe! – riu.
Com um susto percebeu algo estranho, as patas do cachorro começavam a sumir rapidamente, logo depois o corpo. A jovem olhou nos olhos do animal que agora brilhavam ainda mais.
-Acho que isso é uma tchau... – E deu um sorriso fraco.
O husky lambeu seu nariz antes de sumir completamente. O brilho de seus olhos se juntou em dois, formando uma esfera de coloração azul brilhante.
“A prova do sentimento é sentir algo que palavras são insuficientes para descrevê-lo.”
Em letras grandes estava escrito na esfera: SENTIMENTO.
-Obrigada. – murmurou.
De um minuto para o outro, tudo a sua volta clareou. Blue teve de fechar os olhos por causa da claridade.
-BLUE NYAN! – berrou uma menina.
Miyako correu até ela.
-Até que enfim te achei. – Falou ofegante.
-Eh?
-Gente! – Miyako chamou. – Ela tá aqui!
Não demorou muito para as outras meninas aparecerem.
-Onde você estava? E por que demorou tanto? – Daisu perguntou, ofegante também.
-Eu não sei onde eu fui parar. Espera aí, como assim demorei? Eu não fiquei tanto tempo fora.
-Na verdade, ficou sim. – Yuu discordou. – Estamos de procurando há quase 1 hora.
-O quê?! – Exclamou. – Mas isso quer dizer...
-Sim. – Miyako concordou. – Só temos 1 hora até o fim do mundo.
***

Elas corriam. Para onde? Qualquer lugar. O tempo ficara ainda menor, agora elas não podiam mesmo parar. Por nada. E ainda faltavam suas esferas.
-Ah! Droga, droga! Parece que estamos andando em círculos. – Hikari reclamou.
-Agora você sabe por que eu já tô cheia desse lugar. – Crystal resmungou.
-Nunca pensei que placas fariam tanta falta. – Foi a vez da loira falar.
Hikari olhou em volta e avistou um vulto não muito longe de onde estavam.
-Ali! – Apontou. – Vamos pedir informações.
-Pra quem? – Yuu perguntou.
-Para ele, ué.
-Ele quem?
-Ele ali ó! – Apontou para o vulto.
-Eu não to vendo nada. – Crystal comentou, olhando para o lugar que a ruiva apontava.
-Ah, deixa que eu vou. – Decidiu ele e saiu correndo na direção do vulto.
-Hika-chan! Peraí! A GENTE NÃO TEM TEMPO PARA PARAR! – Miyako gritou.
Mas a jovem ruiva não ligou e seguiu sem parar até ficar de frente para o vulto que viu ser um homem robusto, usava um casaco chamativo de dourado, vermelho e preto. O chapéu tinha uma aba tão grande que cobria o seu rosto, a sua frente estava uma mesinha de madeira.
-Ah, com licença?
Assim que Hikari falou, as mãos do homem se moveram, antes postas na frente juntas, agora embaralhavam cartas que só Deus sabe de onde saíram.
-Sim? – A voz era grave.
-Eu estou precisando de uma informação.
O homem jogou as cartas na mesa com uma agilidade incrível e logo depois as recolheu, com a mesma agilidade.
-Que tipo de informação?
-É meio difícil de explicar.
-Hm...
O homem parou de embaralhá-las.
-Vença-me e direi o que precisa saber.
-Como?
O homem mostrou uma carta. Uma dama de copas.
-Ache a dama e terá a informação que precisa.
-E-Eu não tenho tempo para isso…
-Então vá embora e fique sem sua informação.
Hikari bufou.
-Ei!
-Jogue ou vá.
A ruiva bateu o pé. Ia ser assim mesmo? Droga, ela não tinha escolha.
-Certo, eu jogo. Seu eu vencer, você me diz o que eu preciso.
-De acordo.
-Mas e se eu perder? – Perguntou, sentiu um calafrio na espinha. Ela não devia ter perguntado aquilo.
Por debaixo do chapéu, Hikari viu uma coisa. Um sorriso, um sorriso monstruoso de dentes pontiagudos.
-Se a senhorita perder, comerei sua cabeça.
A ruiva engoliu em seco. Ela não devia ter perguntado mesmo!
As mãos do homem voltaram a trabalhar, ele jogou três cartas na mesa, deixou o baralho de lado e começou a movê-las em círculos com uma velocidade espantosa.
Hikari arfou, se olhasse demais para aquilo poderia até ficar tonta.
Nem tudo é o que parece ser.
A jovem olhou para o senhor que continuava a embaralhar as cartas. Não… Aquela voz não era dele e nem de suas amigas, elas estavam longe demais...
-Pronto. – Falou.
Postas na mesa em um alinhamento perfeito estavam as três cartas. Ela não acompanhou o movimento, não fazia ideia de onde estava a dama de copas. E agora?
-Droga... – Pensou.
Ela olhou as três cartas várias vezes, nesse jogo 80% de suas chances eram baseadas na sorte. Era torcer para conseguir. Os outros 20% dependiam de prestar atenção na carta.
Coisa que ela não fez.
Voz maldita!
...
Espera!
Ao se lembrar do que ouvira, uma ideia brotou em sua mente.
Era o truque mais velho do mundo, mas será que...?
-Não é nenhuma das três. – Respondeu por fim. – A dama de copas está dentro da sua manga.
Silêncio. O homem não se mexeu.
Depois de, talvez, um minuto, o homem levantou seu braço. Hikari engoliu em seco. Será que ela teria sua cabeça devorada.
Mas não.
O homem levou a mão até sua outro manga e dali tirou uma carta.
A dama de copas!
-Nada mal, senhorita, nada mal. – Elogiou. – Sou um homem de palavra. Aqui está.
Entregou a carta e se dissolveu em fumaça.
-Hã? – Ela piscou. – Espe-
A carta começou a brilhar e aos poucos se transformou em uma esfera de luz verde.
“A prova da astúcia é enxergar além do que os olhos podem ver”.
Na esfera estava escrito: ASTÚCIA.
-ISSO! – Hikari exclamou e correu de volta para onde as amigas estavam. – GENTEEE!
-Que foi? Não vai dizer que conseguiu informação? – Miyako perguntou, quando Hikari já estava perto o suficiente.
-Não! MELHOR! AQUI! – E mostrou a esfera.
-A quinta esfera! – Daisu exclamou.
-É isso aí, Hika-chan! – Crys elogiou. – Agora só falta uma!
-Isso! A de... – O sorriso sumiu no rosto de Blue. – Sacrifício...
-Ah, é. – Yuu concordou. – Só falta essa.
-Esperem. – Hikari pediu. – Se a Crys-chan conseguiu a da Coragem, a Daisu da Generosidade, Yuu-chan da Verdade, Blue-chan do Sentimento e eu, da Astúcia... Isso significa que...
Todas olharam para Miyako.
-Que foi? – Perguntou.
-Miya-chan, só falta você. – Daisu falou.
Miyako inclinou a cabeça. Sim, faltava só ela, mas e da-
Meu deus!
A ficha finalmente caiu.
Sacrifício. Ela. O que ela teria de fazer para conseguir a esfera? A jovem engoliu em seco, nunca gostou daquela palavra.
-A-Ah, tá tudo bem. – Falou. – Tenho certeza que vai dar tudo certo.
-Mas Miya-chan, é Sacrificio...
-Eu sei, eu sei. – Ela falou, forçando um sorriso. – Mas como eu disse, vai dar tudo certo. Eu sou dura na queda.
Mas na verdade, ela estava com medo. Só que ela não queria parecer medrosa na frente das amigas, todas tinham se arriscado e superado seus desafios.
Era, querendo ou não, a vez dela.
-AAAAARGH! – Crys berrou.
Quando olharam para ela viram que uma mão negra gigante a agarrou. Mais quatro mãos apareceram e agarraram Hikari, Blue, Yukari e Daisu.
As mãos as levantaram para cima com força. O mundo ao redor girou, toda a areia foi jogada para o céu. Quando Miyako abriu os olhos, elas estavam de volta ao jardim. A noite não mudara, a lua, o céu, tudo.
-Ué? Voltamos? Mas... – Ela olhou para frente. – MASOQUE?!
Suas cinco amigas estavam presas de cabeça para baixo acima de um enorme balde de ácido fervente. Não precisava ser um gênio para saber que era exatamente isso.
-Hehehehehe.
Ela se virou e deu de cara com Endless Halloween.
-Você!
-Eu! – concordou feliz.
-O que você pensa que está fazendo?! Isso não fazia parte do desafio! – Miyako berrou.
-Na verdade, faz sim. Eu geralmente não atuo diretamente, mas as coisas estavam tão sem graça. Nenhuma de vocês morreu, né?
-SUA MONSTRA!
-Ora obrigada. – Ela mostrou seu sorriso maníaco. – Mas agora é a vez do seu desafio. O desafio do sacrifício.
-Se pensa que vou sacrificar as minhas amigas, você ficou doida! – Miyako gritou e correu até as meninas.
-Não, não. – A bruxa cantarolou.
A corda que segurava as meninas cedeu um pouco, aproximando-as do ácido.
-NÃO!
A corda parou.
-Seria interessante sacrificá-las, mas eu não gosto de coisas previsíveis. São tão chatas.
-O que você quer?!
-Não é obvio, quero um sacrifício!
-Então me leva no lugar delas! – Miyako falou, mesmo que estivesse tremendo sem parar.
Endless Halloween gargalhou.
-Olha só para você. Uma escolha tão ousada que você disse, mas não consegue parar de tremer. Que patética!
A corda cedeu mais um pouco.
-GENTE!
-A propósito, você está ficando sem tempo, sabe? – Endless Halloween fez um gesto com a mão e no ar se formaram os meus números de antes.
00:30
Só mais 30 minutos?!
-Sugiro que pense rápido.
-Eu já disse!
-Não quero você morta, seria chato e previsível também. – Fez beicinho.
A corda cedeu mais. Suas cabeças a centímetros do ácido.
20 minutos.
Miyako cerrou os punhos.
Você sabe o que fazer.
-E o que você sugere? – Perguntou seca.
-Aaaah. – Cantarolou. – Agora a coisa muda de figura. O que eu quero...? O que eu quero...?
A corda cedeu mais ainda. Bolhas respingavam ácido para os lados.
10 minutos.
-Já sei! – Exclamou.
-O que é? – Perguntou a loira.
-Eu quero o seu ren.
-Meu... Ren?
-Sim. Ah, os egípcios eram mesmo espertos. Ren, a parte da sua alma que é sua identidade, sua existência. Aquele que sabe o ren de alguém tem total controle sobre essa pessoa. Oh, que divertido.
9.
8.
Cedeu mais.
7.
-Certo. – Miyako respondeu por fim.
-Ora vejam só. Não é tão medrosa assim.
6.
-Pega logo o meu ren e vai embora.
5.
Endless Halloween sorriu novamente e avançou com a mão na testa de Miyako, com esse toque, a jovem viu todas as suas lembranças passando pelos seus olhos. Tão rápido como um flash.
E depois, acabou.
A jovem caiu de joelhos no chão.
-Ehehe, nada mal.
4.
-Vai embora. – Miyako murmurou.
-Claro, claro. Veremos-nos no próximo halloween, Miyako.
A bruxa gargalhou alto e sumiu num relâmpago.
“A prova do sacrifico é arriscar tudo, até mesmo sua segurança por aqueles que você ama.”
Uma esfera cinza surgiu na frente de Miyako. Letras garrafais mostravam a palavra: SACRIFÍCIO.
A esfera voou até o céu, assim como as outras cinco que a seguiram. O tanque de ácido sumiu, a corda também e as meninas caíram no chão.
As esferas giraram incessantemente até virarem um arco brilhante que voou até os céus. A lua clareou, as nuvens se dispersaram, trovões ribombaram sumindo a distância. Uma brisa leve passou por ali, um noite normal de primavera.
-Miya-chan! – Hikari correu até ela, seguida das outras.
-Você tá bem, Mii? – Perguntou Blue.
Miyako se virou para encará-las, ela sorria.
Um sorriso forçado.
-Eu disse que era dura na queda. – E fez dedão positivo.
-Quer dizer que... – Yuu começou.
-Você... – Daisu falou.
-Mas como? – Crys perguntou.
-Vai saber... – Murmurou a loira.
-Miya-chan...
-Eu to bem, só cansada. Chega de histórias de terror por hoje.
As outras assentiram.
-Vamos entrar. – Daisu sugeriu. – Agora está tudo bem... Né?
-Está sim. – Miyako concordou.
Elas ajudaram Miyako a se levantar e foram até a casa, exaustas. Tudo pareceu tão irreal. Será que foi tudo um sonho? Talvez sim, talvez não.
A noite acabou assim. O que antes parecia tão sombria, agora estava calma e fresca. Exceto a lua, que tinha a sombra da silueta de uma menina com sorriso maníaco.

FIM.

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É isso aí. Espero que tenham gostado E EU AVISEI QUE TAVA GRANDE! xD
Bem, tá ai. Desculpa o atraso, espero que as meninas gostem das esferas que escolhi para elas e no meu ponto de vista, combina com cada uma. Mas não significa que sejam só elas, cada uma tem um pouco de cada esfera ^^ Alias todos nós temos~
Ai, ai. Que venham as pedradas.

Kissus =**
Bye ~

2 comentários:

Yuu-chan disse...

Miya-nyaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaan *explode*
*A* Amei essa fic awwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwn <333 Eu nem percebi que era grande, até eu terminar de ler, asohdsaohdsaohdoash //levatiro Adorei mesmo > u <)9
Fiquei honrada por você ter me colocado na sua fic, sua foufa //hugs
E.... QUE VENHA O PRÓXIMO HALLOWEEN, MUAHAHAHAHAHAHAHAHA //CORRE
Kissu kissuuu~~<3

Iza うさぎ~ disse...

AMEIAMEIAMEI A FIC x3
essas Hikari e Blue que aparecem por acaso são a HikariBibii e a BlueGirl? eu amo os blogs delas =3 adoro fanfics de halloween e essa ficou perfeita =w=

Ah! já estou seguindo o blog! =3