By Hika-chan. |
Eu fiquei tão cheia de coisa para fazer que vocês não tem ideia, mas eu finalmente consegui terminar a fic de Halloween. AH, MOLEQUE!! MUAHAHAHAHAHAHAHAHAHA.
Ai, eu espero que vocês gostem, mas já sabem né? Sou um lixo de escritora i-i
Menines, espero que vocês gostem e qualquer coisa, podem me dizer e bater em mim se quiserem.
Ah, para quem não sabe. A fic não é de anime, é com amigas minhas daqui mesmo, queria fazer algo diferente e deu no que deu. ^^" E tá grande hein? Se preparem.
Enjoooooy!
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Haunted Garden
O vento
batia gelado pelo céu acinzentado, contradizendo completamente a estação que
devia ser a primavera. Em um amplo corredor de trepadeiras, duas jovens andavam
lado a lado. Uma delas prestando atenção demais nas tais plantas, esta segurava
um papel e decidiu tocá-las a fim de encontrar o que procurava.
Passaram-se
10 minutos e nada.
A outra
jovem, que tinha cabelos castanhos médios e olhos verdes, acompanhava a outra
com uma gota.
-Ah... Yuu.
Tudo bem? – Perguntou.
A segunda
jovem suspirou frustrada e desistiu de tatear as trepadeiras.
-Meu deus.
Isso é impossível. – Essa jovem tinha cabelos mais escuros, que iam até os
ombros, os olhos também eram escuros.
A outra
jovem ajeitou o cachecol.
-A Mii não
deu nenhum mapa?
-Ah. Você
quer dizer esse “mapa”? – Disse entregando um pedaçinho de papel. A outra jovem o abriu, nele dizia:
“Para
encontrar a entrada, siga pelo corredor de trepadeiras.
E lembre-se,
o importante é encontrar a coruja.”
No canto
direito inferior tinha uma carinha sorridente com a língua para fora.
-Bem... É a
Mii de quem estamos falando, afinal. – Ela suspirou.
-Ela devia
ser um pouquinho mais específica, não acha Blue nyan?
-Bom, é. –
Blue olhou para cima, para o céu. – É melhor acharmos logo, parece que vai
chover.
-Sim. –
Concordou.
Mas então
naquele momento, a jovem de olhos verdes percebeu uma coisa. Uma coruja de
pedra em cima das cercas-vivas. Há um metro de distância desta, havia outra.
-Blue
Nyan...
-Sim, eu vi.
– Ela respondeu.
-Então, será
que...?
-Encontre a
coruja!
-As corujas,
né? – Yuu riu.
Shuiiiich.
Elas ouviram. As cercas ganharam vida e as corujas de pedra brilharam
fracamente. Surgiu ali um enorme portão de bronze, este deu um estalo e
abriu-se as convidando a entrar no que parecia um enorme e elegante jardim.
***
-Hika-chan...
– Uma jovem de cabelos loiros que enchia vários copos com refrigerantes e
sucos, chamou.
-Sim? – A
jovem ao seu lado respondeu sorridente. Esta tinha cabelos de cor ruiva e olhos
violetas.
-Eu sei que
é Halloween e pá... – Ela disse, terminando de encher o ultimo copo. – Mas
precisava mesmo cortar a energia?
Hikari riu.
-Ué, é para
dar um clima, Miya-chan.
-Ainda bem
que eu tinha velas. Se eu ficar sem energia, a culpa é sua, hein. – Miyako
pegou a bandeja e se dirigiu até a sala.
-Ei, ei. Não
me culpe por ajudar. – A ruiva disse, terminando de decorar os doces.
-Eu sei, eu
sei.
Miyako
caminhou até o centro da sala e colocou a bandeja na sua mesinha de centro, foi
quando seus olhos escarlates avistaram outra coisa. Uma capa de DVD, a imagem
era de uma mulher que poderia dizer que era bonita, no topo escava escrito com
letras elegantes: “Cisne Negro”.
-Mas hein?!
– A jovem pegou a capa e a examinou de perto. – O que isso tá... Ah.
Ela olhou
para o seu lado e avistou uma garota de cabelos castanho avermelhados, enrolada
em um cobertor, tremendo.
-Crys-chan,
não me diga que você...
-Eu não
tenho culpa! Eu tava curiosa! – Crystal exclamou e depois voltou pro cobertor.
-Mas eu
avisei que você não ia gostar!
Toc. Toc.
A jovem
loira se dirigiu para a porta.
-É só um
filme, ok? Calma.
-Eu sei.
Filme maldito, quero que você queime. – A outra sussurou.
Miyako abriu
a porta.
-Bem-vin-
E um papel
acertou a sua testa.
-Das... –
Ela pegou o papel. – Que isso?
-O seu
“mapa”. – Yuu respondeu. – Ou quase.
-Ah. –
Miyako sorriu. – Mas vocês conseguiram encontrar a entrada, não é? Mapas
normais não tem graça.
Elas ficaram
com uma gota.
-Mas também
não tem graça ficar um tempão procurando a entrada.
-Uh, eu não
previ isso. De qualquer forma! Entrem, entrem!
Assim que
adentraram e Miyako fechou a porta, ela sentiu um calafrio e se virou para
encarar a janela. Não havia nada ali.
-O que foi,
Mii? – Perguntou Blue, colocando o casaco no cabideiro.
-Ah, nada
não. Só impressão minha.
-Ah, oi
gente! – Cumprimentou a jovem ruiva ao sair da cozinha, segurando uma bandeja
com doces. – Quem quer doce?
-TEM
CHOCOLATE?!? – Miyako exclamou, animadíssima, com olhos brilhantes, correndo
até ela.
Toc. Toc. Toc. Toc.
-Atende a
porta antes, Miya-chaaan! – Hikari exclamou, erguendo a bandeja acima da
cabeça, longe da outra jovem que poderia acabar comendo todos os doces e não só
os chocolates.
Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc.
-Ah, já vai,
já vai! – A loira foi correndo até a porta.
Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc. Toc.
Toc. Toc. Toc. Toc. Toc.
-Opa,
atendi!
Uma garota
de cabelos castanhos encaracolados esfregava as mãos tentando espantar o frio.
Assim que a porta abriu, ela correu para dentro.
-Frio! Frio!
– Ela exclamou. – Miya-chan, seu jardim não sabe que estamos na primavera?
-Desculpa,
Daisu-san, mas eu não controlo o tempo. – E fechou a porta.
Ela
suspirou.
-Bem, é.
-Que tal um
chocolate quente para esquentar?! – Miyako exclamou, praticamente rodeada de
coraçõezinhos.
Não houve
discussão, afinal, quem não gosta de um bom chocolate quente em um dia de frio?
Ficaram tão entretidas conversando que nem perceberam uma sombra passando
rapidamente pela janela.
***
A noite
finalmente caíra, a Lua tinha uma coloração arroxeada sombria, assim como a
noite em si. Diferente das noites de primavera que são calmas e frescas, esta
era escura, fria. Não só isso, o clima piorara, nuvens escuras e carregadas
enchiam o céu ao som dos trovões com raios ao fundo.
-Hm.
-Que foi? –
Crys perguntou ainda enrolada no cobertor, indo até a jovem loira que encarava
a janela.
-Ah, nada. É
que eu não tô gostando desse clima, tá muito esquisito.
-É, mas você
queria o quê? Do jeito que o planeta tá todo desajustado é normal ter noites
assim.
-Tem
certeza?
-Confia em
mim. – Crys sorriu.
Mas ainda
assim, alguma coisa não parecia certa.
-Muito bem,
pessoas! – Hikari exclamou, sentada no sofá com os braços levantados. – Já que
é Halloween, vamos contar umas histórias de terror.
Silêncio.
-Ah, vamos?
– Ela pediu, com olhos brilhantes.
-Eu começo!
– Miyako exclamou, indo até o sofá onde estavam as outras.
-Eu já tive
a minha cota de histórias assustadoras por hoje. – Crys murmurou, estremecendo
ao se lembrar do filme.
-Vamos. –
Miya chamou, segurando o pulso da amiga e levando a junto.
Todas se
ajeitaram no sofá, com as canecas de chocolate quente e vez ou outra pegando os
doces que estavam na mesa de centro.
-Certo. – A
loira começou. – Este é o conto da Endless Halloween.
-Quem? –
Blue perguntou.
-Não é muito
conhecida. – Ela pigarreou. – Muito bem.
“Essa é a
estória de uma garotinha chamada Hally. Ela era pequena, desajeitada, inocente
e adorava o halloween mais do que tudo. Por causa disso, não tinha nenhum
amigo, pois todos a achavam estranha. Mas ela não ligava e esperava todos os
anos ansiosa pelo Halloween. Entretanto, no seu 13º ano, enquanto visitava um
bairro deserto e se deparou com um campo baldio, no meio tinha uma reluzente
abóbora brilhante. Ela, curiosa, resolveu pegá-la, mas assim que chegou perto,
uma luz verde fantasmagórica se espalhou pelo lugar e uma forma humanoide
apareceu, uma mulher. Ela olhou para a garotinha e sorriu, mas não era um
sorriso bondoso. Ela disse que Hally havia ganhado a chance de ter um desejo
concedido. Hally nem esperou e desejou poder ter sempre por perto aquilo que
mais amava. Mas o desejo não aconteceu como ela queria, segundos depois a pele
dela ficou verde e remendava, suas unhas cresceram e ela ganhou caninos
afiados, a humanidade se esvaiu de seu corpo quando seus olhos ficaram
amarelos, os cabelos ficaram brancos e ela ganhou um sorriso maníaco no rosto.
A garotinha que um dia existiu morreu naquele dia e nasceu a Endless Halloween.
Todos os anos ela volta e desafia alguém, caso essa pessoa perca, o mundo
afundará em um Halloween eterno.”
-É isso. –
Miyako terminou, mas o sorriso sumiu do seu rosto assim que viu Blue e Daisu
encarando sem piscar um ponto atrás dela. – Que foi...?
-Ah, Mii, eu
não quero te assustar... – Blue começou.
-Mas a guria
da tua história tá na janela. – Daisu exclamou, apontando. Todas se viraram em
um pulo e viram. Uma garota de olhos amarelos, completamente amarelos e sorriso
maníaco, o rosto colado no vidro da janela.
Um relâmpago
brilhou e ela desapareceu.
-MASHEIN?! –
Miyako berrou. – CADÊ?!
-Aquilo não
foi imaginação nossa, tenho certeza! – Crystal exclamou.
-Eu não fiz
nada! – Miyako apressou-se em dizer. – Ah, tudo bem! Vamos manter a calma e...
Escuridão
total.
-AI MINHA
NOSSA SENHORA DA BICICLETINHA!
-QUEM APAGOU
A LUZ?!
-Você, ué.
Você cortou a energia para dar um clima de halloween!
-Ah, nem vem!
Eu não tenho nada a ver com isso!
-Cadê as
velas?
-GENTE! ISSO
NÃO TÁ LEGAL!
-Avá?!
-Ok, ok. Já
me acalmei, vamos todas manter a-
Uma luz
verde estranha apareceu do nada.
-Bu.
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHH!!
– Miyako caiu para trás.
-Boa noite.
– Uma garota surgiu na luz, a garota da estória, com seus cabelos brancos e os
horríveis olhos amarelos.
-É ela! A
Endless Halloween! – Blue apontou.
-Oh, como é
bom ser reconhecida. – A monstra pareceu corar. – Não fiquem com essas caras,
só vim aqui porque fui chamada. – Ela explicou, apontando para a loira.
-QUÊ?! VOLTA
PRO MAR, OFERENDA! Eu não te chamei!
-Querida. –
Começou. – Você contou minha história em uma noite de halloween.
-Isso é ser
convidada? – Crys murmurou. – Tá mais para ela se convidou.
-Eu ouvi isso.
Enfim, vamos ao que interessa. Não tenho a noite toda. - Ela avisou, começando a lixar as unhas
enormes com uma lixa que só Deus sabe de onde ela tirou.
-Como assim?
– Yuu resolveu perguntar.
-Ora, não é
obvio? O desafio.
-O quê? –
Exclamaram.
-Nem vem. Eu
é que não vou passar o meu halloween fazendo isso! – A jovem dos olhos
vermelhos falou.
-Então, tudo
bem. Vocês desistem, eu afundo o mundo do pesadelo eterno e a culpa por tudo
isso vai ser você.
Silêncio.
-Chantagista!
-Obrigada!
Miyako se
virou para as outras.
-Olha, se eu
chamei mesmo essa coisa... – Começou.
-E chamou.
-Ah, cala a
boca! – E depois suspirou. – Enfim, é melhor vocês irem. Vocês não tem nada a
ver com isso.
-E deixar
você sozinha com aquela coisa? – Hikari falou. – Sem chance.
-É verdade,
Mii. Não podemos fazer isso. – Blue concordou.
-Mas...
-Nada de
“mas”. – Foi a vez de Daisu falar. – Por
mais que eu deteste essas coisas assustadoras, agora não tem mais jeito.
-Bom, pior
que aquele filme não deve ser. – Crys comentou.
-Crys-chan...
– Yuu ficou com uma gota.
-Ah, enfim.
Conte comigo. – A jovem dos cabelos castanho avermelhados falou.
-Eu também.
– Yuu assentiu.
-Gente... –
Miyako estava com os olhos praticamente brilhando, emocionada.
-Excelente!
– Endless Halloween interrompeu. – Se todas estão de acordo, vamos começar!
A luz
brilhou mais forte, cegando-as. E depois sumiu.
-Ué?
-Para onde
ela foi? – Daisu perguntou.
Um flash
brilhante apareceu acima de suas cabeças, as meninas olharam para cima e uma
esfera de luz branca flutuava no teto.
Um voz grave
entoou da bola.
-O desafio
de Endless Halloween deste ano, consistirá em encontrar as esferas da Coragem,
Generosidade, Astúcia, Verdade, Sentimento e Sacrifício. Vocês têm 4 horas, Boa
Sorte.
A esfera
sumiu.
-Bem. É
agora, meninas. – Miyako suspirou.
Um vento
forte bateu, parecendo levar as meninas para longe e de fato, quando abriram os
olhos, estavam em um lugar completamente diferente. Um deserto cinzento.
-Onde
estamos? – Yuu perguntou.
-Não, mais
importante. Como vamos completar o desafio? Estamos no meio do nada! – Blue
exclamou.
-Vamos
andando. Quem sabe a gente não encontra alguma coisa? – Hikari sugeriu já
andando na direção do nada. Como não havia escolha, todas seguiram a ruiva.
As seis
jovens seguiram andando pelo deserto, impossível saber por quanto tempo. O
horizonte era cinza, não havia sol e nem vento. A única coisa que encontraram
foi uma enorme caverna depois de 20, 30 minutos? Mais? Elas não sabiam.
-Suspeeeeito.
– Miyako falou.
-Miya nyan,
tudo aqui é suspeito. – Yuu disse com uma gota.
-Tá, mas uma
caverna no meio do deserto? Sério?
-Ué? Você
queria o quê?
-Um oásis!
-Certo,
certo. Vamos entrar então. – Daisu sugeriu. Todas a encararam. – Não tem jeito,
gente.
-Ah, ok. –
Miyako suspirou. – Vamos, né?
Elas
adentraram hesitantes na caverna, depois de vários passos o cinza do deserto
desapareceu, e quanto mais adentravam na caverna mais escuro ficava.
-Devíamos
ter trazido uma lanterna... – Comentou a Loira. – Eu não gosto de
escuridAAAAAH!!
-MII! – Blue
agarrou o braço da amiga e a puxou para longe.
-O que
houve?! – Crys perguntou.
-Tem um
buraco enorme ali! – Miyako exclamou, apontando.
No exato
minuto que ela disse aquilo, milhares de tochas se acenderam revelando uma
enorme vala profunda, grande demais para saltar. No meio tinha pedaços de
pedras que levavam até o outro lado. Pedaços pequenos e frágeis.
-Que
original... – Miyako suspirou.
-Vamos ter
que pular? Sério? – Hikari perguntou, olhando para o outro lado.
-É o jeito.
Quem vai primeiro?
Silêncio.
-E-Eu vou. –
Uma voz falou e todas se viraram para ver que era a Daisu.
-Tem
certeza? – Perguntou a ruiva.
-Sim, se
formos com cuidado, não deve ser difícil.
E lá foi
ela, pulando de pedra em pedra, com muito cuidado e tentando sempre não perder
o equilíbrio. Foi um suspiro em uníssono quando ela conseguiu.
-Podem vir.
É mais fácil do que parece.
E elas
foram. Uma a uma, com cuidado, Miyako, Hikari, Blue, Yuu... Até sobrar a
Crystal.
-Pode vir,
Crys-chan!
-Okay! – Ela
acenou.
De repente,
uma bailarina negra saltou do nada, os olhos eram pretos e envolta era
completamente vermelho. Crys gritou e caiu no chão.
-É ELA! A
BAILARINA DO FILME!!
-Do que você
tá falando, Crys-chan?! – Miyako gritou do outro lado. – Não tem nada ai!
Como não?
Estava lá, bem na frente dela. Todas as três...
EPA! TRÊS?!?
Duas outras
balarinas começaram a sair de dentro da saia negra da primeira, o grupo
sinistro olhou para Crystal com aqueles olhos.
-CLARO QUE
TEM! – Ela levantou e saiu correndo. – SUMAM DAQUI, SUAS MONSTRAS!
-Crys-chan,
volta aqui!!
-SEM CHANCE!
– Ela respondeu, correndo. Porém não era tão rápida, uma das bailarinas saltou
e aterrissou na frente dela. – AH!
A bailarina
negra chutou a jovem para a direção oposta que caiu a três metros de distância.
Todas as três começaram a se aproximar dela, com as unhas enormes demais,
cercando-a, sem chance de escapar.
-Não...
Não... – Crys tampou os olhos, querendo mais do que tudo que aquilo fosse só um
pesadelo.
Vai deixar ser vencida tão
facilmente?
Eh? Quem
falara aquilo? Não havia ninguém ali que não fossem ela e as bailarinas. Mas...
Aquela voz tinha razão. Ela estava com muito medo, mas não podia ser vencida
daquele jeito...
Ela tomou
uma decisão.
-SAI DE
PERTO DE MIM! – Ela berrou. A jovem chutou a perna da bailarina mais próxima,
com o espaço aberto conseguiu ficar de pé. – S-SUMAM DAQUI, SUAS BAILARINAS
FAZENDO COSPLAY DE PERU!
Sim, ela
gritou isso. Empurrando as outras duas, saiu correndo na direção das amigas que
ainda gritavam chamando-a. Só ela mesmo conseguia ver as tais monstras, antes
que ela pudesse saltar para a primeira pedra, algo agarrou a sua perna.
-O quê?!
A bailarina
que fora chutada, rastejou até ela e agarrou sua perna, tentando puxa-la para
baixo.
-Não! – Crys
berrou, puxando a perna. – Você não vai me vencer! Eu não tenho mais medo de
você!
Ela saltou
para a primeira pedra, quase tropeçando, mas consegui se manter firme e seguiu
saltando até chegar ao outro lado.
-Ah!
-Crys-chan!
– Disseram elas.
-Eu cheguei.
– Murmurou.
-Mas o que
aconteceu lá? – Blue perguntou.
-V-Vocês não
viram?! – Crys perguntou, ofegante. – Aquelas-
Um flash de
luz apareceu com um barulho surdo acima de suas cabeças e uma esfera
avermelhada desceu até parar nas mãos de Crystal.
“A prova da coragem é enfrentar
aquilo que você teme.”
Em letras
garrafais na esfera estava escrito: CORAGEM.
-Crys-chan,
você conseguiu! – Yuu exclamou.
-Uma das
esferas! Mas... como?! – A loira perguntou.
Crys olhou
para trás, as bailarinas tinham sumido.
-Eu não
sei... Bem. Mas eu consegui, né? É isso que importa.
-Sim! – Miyako
concordou. – Bom trabalho.
-Bom
trabalho? – Hikari perguntou com uma gota.
-Ah, eu não
sei o que dizer para alguém quando essa pessoa ganha uma esfera mágica. – E deu
de ombros.
-Ah, gente.
Quando foi que saímos da caverna? – Blue apontou para cima. A caverna sumira e
elas estavam de volta no deserto cinzento.
-Talvez, já
que conseguimos a esfera... – Daisu sugeriu.
-Talvez. –
Miyako concordou. – Certo! Agora só falta mais 5! Vamos lá.
-Não fale
como se fosse tão fácil assim! – Hikari falou.
***
-Ai, meu
pés! – Miyako reclamou, sentando no chão.
-Mii, vamos,
temos que continuar.
-Ah, vamos
dar uma pausa, vai? – Ela pediu, massageando os pés. – Estamos andando sem
parar há... Quanto tempo mesmo?
-Sei lá. Não
dá para saber aqui. E falando em tempo, só temos 4 horas.
-Menos. –
Hikari corrigiu.
-Viu?
-Droga... –
A loira resmungou, levantando.
-Ei! – Daisu
chamou. – O que é aquilo?!
Um pedestal
solitário erguia-se no meio do deserto, um objeto brilhante repousava no topo.
Daisu correu até lá e arquejou ao ver o que era.
-É ouro!? –
Yuu exclamou ao lado dela.
-Ouro?! – As
outras correram até elas.
-Ah, não é a
esfera. – Miyako resmungou.
-Não seria
assim tão fácil, vai por mim. – Crys suspirou.
-Bom, se
conseguirmos sair daqui, pelo menos estaremos ricas.
-Que pensamento
mais materialista, Miya nyan. – Yuu comentou com uma gota.
-Ué, to
tentando ver pelo lado positivo. E se o ouro tá aí abandonado é porque não tem
dono mesmo.
-Talvez seja
melhor levarmos. – Daisu sugeriu, pegando o objeto valioso.
-Acho que
não tem problema... E a ideia da Miya-chan nem foi tão ruim. – Brincou a ruiva.
Todas riram
e continuaram seguindo caminho, Daisu olhou para trás uma vez. O pedestal havia
sumido. Depois de talvez 5 minutos, elas encontraram um rio enorme, com um
barco de madeira preso a um poste enferrujado.
-Vamos ter
que navegar. – Blue murmurou.
-Mas como
vamos soltar o barco daqui? – Hikari perguntou, ao notar que a corda estava
dentro do poste.
Enquanto as
meninas examinavam o barco, Daisu que segurava o ouro resolveu olhar em volta
para ver se achava alguma coisa. Seus olhos avistaram um homenzinho de roupas
sujas com um chapéu de cartola olhando para o chão com uma expressão triste.
Ela foi até
ele.
-Ah, olhem.
– Miyako apontou para o poste.
No poste
estava escrito “Deposite aqui o pagamento” e um buraco quadrado logo abaixo.
-Será que é
para isso que serve o ouro? – Yuu perguntou.
-Deve ser.
Ei, Dais- Hein?! Daisu-san?!
Miyako olhou
em volta.
-Daisu-saaan!
– Ela chamou. – O que ela tá fazendo?
Mas quando
tentou ir até ela, Crystal segurou seu braço.
-Deixa.
-Com
licença, senhor. – Daisu chamou.
O homem
olhou para ela com seus olhos negros, era um senhor idoso com um grande bigode
branco.
-Ah, pois
não, minha jovem?
-O senhor
está bem?
O homem
voltou a olhar para baixo.
-Não muito
bem.
-O que
houve?
-Ah, não
ligue para esse velho. Suas amigas estão te esperando.
Era verdade,
elas não tinham tempo para parar e conversar. Mas mesmo assim...
-Tudo bem,
não temos pressa. O que aconteceu? – Daisu se sentou.
O senhor
sorriu e suspirou.
-Eu
costumava ser um homem rico com uma família grande e bonita, vivíamos em uma
mansão grande e luxuosa. Todos os dias de manhã, eu via meus netinhos brincando
no jardim.
-Parece ser
uma vida muito boa.
-E era.
-Era?
-Sim, alguns
meses atrás, minha empresa começou a falir. Fiquei desesperado, meu filhos
tentaram ajudar, mas eu não dei ouvidos. Estava sempre com raiva e resolvi
começar a jogar para conseguir o dinheiro de volta. Não deu certo, me afastei
ainda mais da minha família. Agora, nem sei onde eles estão. Sei que não querem mais um velho problemático
com eu.
-Não diga
isso. Eles são sua família.
-Ainda sim.
Falimos por minha causa e agora não temos nem dinheiro para comida.
Lágrimas
começaram a cair do velho rosto do senhor. Daisu sentiu o coração ficar
apertado. Não tinha como não achar triste a história do senhor, sobre a sua
decadência por um erro que tinha cometido.
-Daisu-saaan!
– Miyako chamou. – Precisamos do ouro para soltar o barco!!
-Eh?
Ela
precisava ajudar as amigas, mas sentia que devia ajudar aquele idoso senhor
também. O que fazer?
Qual escolha você vai tomar?
Que disse
aquilo? Daisu olhou em volta. Ela poderia dar o ouro para o senhor ou usar como
pagamento para o barco. Ela tinha de escolher.
Ela já
sabia.
Daisu
segurou a mão do idoso e colocou a pedra de ouro na palma de sua mão.
-I-Isso é...
-Pode levar
isso. – Daisu falou. – Use para salvar sua família e recomeçar a sua vida. Não
deixe de ouvir os seus filhos dessa vez.
O velho
senhor sorriu e segurou o ouro.
-Obrigado,
minha jovem. Farei isso. Obrigado.
Daisu
sorriu, mas quando olhou de novo para o senhor, ele havia sumido. O que restou
no seu lugar foi um pequeno ponto de luz que cresceu até tornasse uma esfera de
luz amarela.
“A prova da generosidade é dar algo
importante para aquele que mais precisa.”
A esfera
voou até suas mãos, nela estava escrito com as mesmas letras. GENEROSIDADE.
-GENTE!
GENTE! – Daisu exclamou, correndo até elas.
-O que foi?!
– Miyako perguntou. – AH! Isso é...
-SIM! Eu
consegui a outra esfera.
-Muito bom,
Daisu. – Hikari sorriu. – Mas como?
-Com aquele
senhor... – Ela não terminou a frase.
-Que senhor?
-Ah, nada
não. Eu conto outra hora, mas já aviso que usei o ouro.
-Eh?! Mas e
agora?
-Olhem! –
Crys apontou.
O barco que
estava preso sumiu, assim como o poste. Mas no lugar deles começaram a surgir
várias e várias tábuas de maneira que começaram a se juntar, formando uma
ponte.
-Uau. Bem na
hora. – Yuu falou. – Vamos então?
-Sim!
Próxima esfera, lá vamos nós.
-De novo,
não fale como se fosse tão fácil.
***
Depois de
passarem pela ponte, as jovens continuaram seguindo caminho pelo deserto.
Talvez 1 hora tivesse passado depois de tudo aquilo, dessa vez elas não
poderiam parar nem um minuto.
-Já
conseguimos duas esferas, certo? – Perguntou Yuu.
-Sim, coragem
e generosidade. – Respondeu Miyako.
-Me
perguntou qual será a próxima... – Murmurou.
Muros
surgiram na frente delas com uma passagem que parecia seguir em frente até
outro muro com uma curva para a esquerda.
-Isso é um
labirinto?! – Perguntou Blue. – Sério?
-Não é
possível! Tô ferrada, senso de direção: 0. – Miyako apontou para si mesma.
-Calma,
meninas. Nós temos escolha?
-Acho que
não... – Blue murmurou e Miyako soltou um suspirou.
-Vamos
então. – Yuu falou, já entrando no labirinto, seguida das outras.
Depois de
virar para esquerda, direta, subir e até descer. As jovens perceberam que
estavam perdidas.
-Maravilha!
– Miyako gritou. – Onde estamos?!
-Essa é uma
pergunta que não dá para responder quando se está em um labirinto. – Crys
falou.
-Gente... – Daisu
começou. – Cadê a Yuu-chan?
-Eh? – Blue
olhou em volta. – Yuu?
-M-Mas
hein?! – Yukari exclamou. – Eu me perdi!
Ela correu
por alguns corredores, mas nada.
-Ah, não.
Não! – Ela caiu no chão. – Droga... É exatamente por isso que eu detesto
labirintos.
Ela tentou
gritar o nome das amigas, mas sem sucesso.
Silêncio.
-Droga...
-O que
houve, jovenzinha? – Uma voz sibilante sussurrou.
-O quê? –
Yuu virou para trás.
O que ela
encontrou não foi nem um pouco tranquilizador. Um ser rastejante, uma cobra
vinha em sua direção. Tinha olhos verdes fluorescentes, a cabeça era bege, mas
tinha uma espécie de juba vermelho sangue e o corpo era coberto de penas roxas.
A cobra
rastejou em volta dela até que seu longo corpo a cercasse, os olhos verdes
encararam os olhos escuros dela.
-O-O quê
você quer? – Yuu perguntou.
-Eu? Eu
quero a verdade.
Ao olhar
para aqueles olhos, Yukari viu uma sequência de imagens. Uma de um garoto
dizendo para a mãe que ia estudar, mas foi para a casa do melhor amigo jogar
video game. Uma garota que ligou para o namorado, quando na verdade estava na
casa de outro. Um garotinho apontando para o cachorro enquanto escondia a bola
atrás do sofá que ficava atrás do vaso quebrado. Várias e várias imagens
passaram pelos seus olhos.
Até parar
subitamente fazendo cambalear.
-Não é? Não
é? – Sibilou a cobra. – O sssser humano é uma criatura tão ssssuja e mentirosa.
Não há como evitar, todos são asssssim!
-I-Isso não
é... – Mas tampou a boca.
-O quê?! Que
não é verdade?! – A cobra sibilou alto. – Acussssas-me de contar uma mentira?!
Yuu ficou
quieta. Como ela deveria lidar com aquela cobra? E que cobra era aquela?
-Eu ssssou a
cobra da mentira. – Apresentou-se como se lesse seus pensamentos. – Eu como a
alma daqueles que ousam mentir em minha presença. E você, garotinha? É outra
mentirosssa?
-Eu não! –
Pensou Yuu, indignada.
-Ah, não? –
Sibilou a cobra, parecendo ler seus pensamentos outras vez. – Imposssssível.
Todos mentem. Eu sssei que você quer dizer que não tem medo de mim e prefere
ficar aqui do que sssair novamente com aquelass idiotasss e correr o risssco de
perder a própria vida.
O quê? Por
que de repente ela tinha vontade de dizer tudo aquilo mesmo? Olhar os olhos da
serpente começou a deixá-la com tanto sono que ela pensou que o melhor era
simplesmente concordar...
Não faça isso! Não caia na armadilha!
Diga o que você realmente pensa!
De onde veio
aquela voz? Ah, não importava. Aquilo fez Yuu acordar. Ela estava prestes a
mentir contra a sua própria vontade. Cobra maldita...
-Não. –
respondeu.
-O quê?!
-Eu... Eu
estou com medo. Estou com muito medo, mas mesmo assim... Eu quero ajudar as
minhas amigas. Eu não quero desistir. – Yuu falou, séria.
A cobra
berrou e recuou para trás como se ácido tivesse sido jogado nela.
-IMPOSSSSSÍVEL!
NÃO TEM CHEIRO DE MENTIRA! NÃOOOO...! – A cobra berrou alto e começou a
brilhar. Yuu tampou os olhos no momento que ouviu uma explosão, ao abri-los na
sua frente, flutuava uma esfera lilás.
“A prova da verdade é dizer o que
você realmente sente, não importa quão duro seja.”
A esfera
flutuou até chegar as suas mãos, nela estava escrito: VERDADE.
O labirinto
se dissolveu ao seu redor, Yuu suspirou de alívio.
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHH!
...Mas
hein?!
Uma garota
loira se espatifou no chão ao seu lado e em seguida uma menina ruiva caiu em
cima dela. Em seguida, mais três garotas caíram, apesar de ter sido um pouso
bem dolorido, nenhuma teve o azar de outra caindo em cima delas.
-Ai. –
Reclamou a ruiva. – Ainda bem que caí no macio.
-H-Hika-chan...
– Gemeu a loiro embaixo dela.
-MIYA-CHAN
DO CÉU! – Hikari gritou, levantou em um salto e ajudou a amiga a se sentar. –
Desculpa! Desculpa!
-Ai... –
Miyako tinha espirais nos olhos.
-Yuu! –
Daisu exclamou. – Finalmente achamos você!
-Ai. –
Crystal resmungou, esfregando os joelhos. – Por acaso foi você que abriu um
mega buraco sob nossos pés?
-N-Não... –
Yuu murmurou com uma gota. – A-Ah, olhem!
Ela mostrou
a esfera.
-Você
conseguiu a terceira esfera! – Blue exclamou. – Mas como?
-Eu só
precisei dizer a verdade. – Respondeu.
-Hein? – A
morena levantou uma sobrancelha.
-Vixe Maria.
– Miyako resmungou. – Eu fiquei doida de vez, tô vendo números luminosos em
cima da minha cabeça.
-Eh? – Yuu
olhou para ela. – Não é isso, Miya nyan. Estou vendo também.
Grandes e
azuis. Como os números de uma relógio digital, brilhavam acima da cabeça da
loira.
03:01
02:59
Elas tinham
só duas horas até o tempo terminar.
***
-Mas essa
garota é uma maldita do caramba mesmo! – Miyako exclamou.
Depois do
desafio do labirinto e de descobrirem que só tinham mais 2 horas, talvez menos,
as cinco amigas resolveram seguir caminho pelo deserto cinzento novamente.
-Concordo! –
Blue estufou as bochechas. – Isso é ridículo! Só agora ela resolve avisar
quanto tempo falta?
-E por que
tinha que ser um deserto cinza?! Já tô cheia dessa ausência de cor!
-Ah...
Gente. – Hikari chamou, visto que suas amigas berravam para o nada. – O que
vocês estão fazendo?
-Estamos
expressando nosso descontentamento! – Miyako respondeu.
-Exato. –
Concordaram e uníssono.
-Ceeeeerto.
Sei que estão com raiva, mas isso não vai ajudar muito não.
-Ah, que
coise! Estamos andando há horas, não temos nem como checar o nosso progresso!
Eu quero um menu, já!
-Isso aqui
não é joguinho de realidade virtual, Miya-chan. – Hikari comentou com uma gota.
-Chega de papo!
– Daisu, que estava mais na frente, exclamou. – Vamos logo, gente! Já estamos
na metade do caminho.
-Já vamos...
– A loira suspirou, depois gemeu de dor. – Minhas costas...
-Desculpa. –
Hikari apressou-se em falar.
-Ah, tá de
boa, Hika-chan. Sério. – Miyako respondeu sorrindo. – É preciso mais que alguém
caindo nas minhas costas para me derrubar.
-Mas é só
mostrar um chocolate que você pira. – Brincou Crys.
-Ei!
Elas riram.
-Vamos,
vamos. – Hikari chamou.
Elas
continuaram andando, porém, Blue ficou mais para trás, perdida em pensamentos.
-Tínhamos 4
horas, agora só restam 2. E nem sabemos como é que o tempo aqui funciona... E
se acabarmos presas em outra caverna e só conseguirmos sair quando já não
tivermos mais tempo...
A jovem dos
olhos verdes ficou tão perdida em pensamentos que percebeu tarde demais a névoa
densa que se formou ao seu redor.
-Ah, claro.
Só faltava essa. – Resmungou e saiu correndo na esperança de sair da névoa.
Nada feito.
Quanto mais
ela andava mais escura a névoa parecia ficar, e não havia som, nem mesmo seus
passos que faziam barulho ao andar na areia.
-Meu deus...
E agora? – murmurou.
-AUF!
-AI CARAMBA!
– Gritou antes de olhar para trás e ver que era um...
Cachorro.
Um husky, na
verdade.
-Ai, ufa. É
só um cachorro.
-Auf! – O
cachorro latiu outra vez, balançava o rabo alegremente, então não parecia ser
perigoso.
Mas será
mesmo? Ela não devia subestimar nenhuma criatura que encontrasse ali. E se o
cachorro quando ela menos esperasse ganhasse asas enormes, caninos afiados e
patas com garras como navalhas?
Ah, mas ele
era tão bonitinho.
-Auf. – Ele
latiu outra vez e saiu andando na frente de Blue.
-Ei, espera
aí! – Ela pediu antes de começar a segui-lo.
Ela não
sabia por que, mas sabia que devia fazer isso. E se o cachorro quisesse fazer
algum mal a ela, já poderia ter feito.
Depois de
algum tempo seguindo o cachorro, Blue acabou sentando no chão, exausta. E não
fazia muito tempo que ela estava ali. Aquele lugar era mesmo estranho.
O husky foi
até ela e se sentou a sua frente.
-Ai... Você
não faz ideia de onde eu estou, né?
O cachorro
inclinou a cabeça para o lado.
-Eu sabia
que não. – Suspirou.
Blue olhou
em volta. Ainda não tinha nada.
-Você se
perdeu dos seus amigos também? – Perguntou.
As orelhas
do Husky tremeram ao ouvir a palavra “amigos”.
-É acho que
talvez.
Blue
percebeu que o cachorro olhava fixamente para ela, com aqueles olhos azuis
cristalinos, como se esperasse que ela fizesse algo.
-Auf-Auf! –
Latiu outra vez.
-Desculpe,
não entendo cachorrês. – Comentou com uma gota.
Não é necessário palavras para vocês
se entenderem.
Ah, ok.
Agora ficou estranho. Estava ela ouvindo vozes? Virou para trás, mas não viu
nada. Sentiu algo puxando a manga de sua blusa. Era o cachorro que tentava
chamar sua atenção. Ele andou para frente, mas parou. Rodou envolta de si mesmo
e apontava para longe com o focinho, como se indicasse o caminho.
-Espera.
Você estava tentando me ajudar a achar o caminho?
O cachorro
latiu feliz.
-Mas você
nem me conhece.
O husky
inclinou a cabeça para o lado, ele parecia sorrir. Andou até ela e lambeu sua
mão.
Blue fez
carinho em sua cabeça.
-Você não
tinha um motivo, não é? Só queria me ajudar.
-Auf!
Blue riu e
usou as duas mãos para afagar a cabeça do animal. Ele abanou ainda mais a
cauda.
-Hehe! –
riu.
Com um susto
percebeu algo estranho, as patas do cachorro começavam a sumir rapidamente,
logo depois o corpo. A jovem olhou nos olhos do animal que agora brilhavam
ainda mais.
-Acho que
isso é uma tchau... – E deu um sorriso fraco.
O husky
lambeu seu nariz antes de sumir completamente. O brilho de seus olhos se juntou
em dois, formando uma esfera de coloração azul brilhante.
“A prova do sentimento é sentir algo
que palavras são insuficientes para descrevê-lo.”
Em letras
grandes estava escrito na esfera: SENTIMENTO.
-Obrigada. –
murmurou.
De um minuto
para o outro, tudo a sua volta clareou. Blue teve de fechar os olhos por causa
da claridade.
-BLUE NYAN!
– berrou uma menina.
Miyako
correu até ela.
-Até que
enfim te achei. – Falou ofegante.
-Eh?
-Gente! –
Miyako chamou. – Ela tá aqui!
Não demorou
muito para as outras meninas aparecerem.
-Onde você
estava? E por que demorou tanto? – Daisu perguntou, ofegante também.
-Eu não sei
onde eu fui parar. Espera aí, como assim demorei? Eu não fiquei tanto tempo
fora.
-Na verdade,
ficou sim. – Yuu discordou. – Estamos de procurando há quase 1 hora.
-O quê?! –
Exclamou. – Mas isso quer dizer...
-Sim. –
Miyako concordou. – Só temos 1 hora até o fim do mundo.
***
Elas
corriam. Para onde? Qualquer lugar. O tempo ficara ainda menor, agora elas não
podiam mesmo parar. Por nada. E ainda faltavam suas esferas.
-Ah! Droga,
droga! Parece que estamos andando em círculos. – Hikari reclamou.
-Agora você
sabe por que eu já tô cheia desse lugar. – Crystal resmungou.
-Nunca
pensei que placas fariam tanta falta. – Foi a vez da loira falar.
Hikari olhou
em volta e avistou um vulto não muito longe de onde estavam.
-Ali! –
Apontou. – Vamos pedir informações.
-Pra quem? –
Yuu perguntou.
-Para ele,
ué.
-Ele quem?
-Ele ali ó! –
Apontou para o vulto.
-Eu não to vendo
nada. – Crystal comentou, olhando para o lugar que a ruiva apontava.
-Ah, deixa
que eu vou. – Decidiu ele e saiu correndo na direção do vulto.
-Hika-chan!
Peraí! A GENTE NÃO TEM TEMPO PARA PARAR! – Miyako gritou.
Mas a jovem
ruiva não ligou e seguiu sem parar até ficar de frente para o vulto que viu ser
um homem robusto, usava um casaco chamativo de dourado, vermelho e preto. O
chapéu tinha uma aba tão grande que cobria o seu rosto, a sua frente estava uma
mesinha de madeira.
-Ah, com
licença?
Assim que
Hikari falou, as mãos do homem se moveram, antes postas na frente juntas, agora
embaralhavam cartas que só Deus sabe de onde saíram.
-Sim? – A voz
era grave.
-Eu estou
precisando de uma informação.
O homem
jogou as cartas na mesa com uma agilidade incrível e logo depois as recolheu,
com a mesma agilidade.
-Que tipo de
informação?
-É meio difícil
de explicar.
-Hm...
O homem
parou de embaralhá-las.
-Vença-me e
direi o que precisa saber.
-Como?
O homem
mostrou uma carta. Uma dama de copas.
-Ache a dama
e terá a informação que precisa.
-E-Eu não
tenho tempo para isso…
-Então vá embora
e fique sem sua informação.
Hikari
bufou.
-Ei!
-Jogue ou
vá.
A ruiva
bateu o pé. Ia ser assim mesmo? Droga, ela não tinha escolha.
-Certo, eu
jogo. Seu eu vencer, você me diz o que eu preciso.
-De acordo.
-Mas e se eu
perder? – Perguntou, sentiu um calafrio na espinha. Ela não devia ter
perguntado aquilo.
Por debaixo
do chapéu, Hikari viu uma coisa. Um sorriso, um sorriso monstruoso de dentes
pontiagudos.
-Se a
senhorita perder, comerei sua cabeça.
A ruiva
engoliu em seco. Ela não devia ter perguntado mesmo!
As mãos do
homem voltaram a trabalhar, ele jogou três cartas na mesa, deixou o baralho de
lado e começou a movê-las em círculos com uma velocidade espantosa.
Hikari
arfou, se olhasse demais para aquilo poderia até ficar tonta.
Nem tudo é o que parece ser.
A jovem
olhou para o senhor que continuava a embaralhar as cartas. Não… Aquela voz não
era dele e nem de suas amigas, elas estavam longe demais...
-Pronto. –
Falou.
Postas na
mesa em um alinhamento perfeito estavam as três cartas. Ela não acompanhou o
movimento, não fazia ideia de onde estava a dama de copas. E agora?
-Droga... –
Pensou.
Ela olhou as
três cartas várias vezes, nesse jogo 80% de suas chances eram baseadas na
sorte. Era torcer para conseguir. Os outros 20% dependiam de prestar atenção na
carta.
Coisa que
ela não fez.
Voz maldita!
...
Espera!
Ao se
lembrar do que ouvira, uma ideia brotou em sua mente.
Era o truque
mais velho do mundo, mas será que...?
-Não é
nenhuma das três. – Respondeu por fim. – A dama de copas está dentro da sua
manga.
Silêncio. O
homem não se mexeu.
Depois de,
talvez, um minuto, o homem levantou seu braço. Hikari engoliu em seco. Será que
ela teria sua cabeça devorada.
Mas não.
O homem
levou a mão até sua outro manga e dali tirou uma carta.
A dama de
copas!
-Nada mal,
senhorita, nada mal. – Elogiou. – Sou um homem de palavra. Aqui está.
Entregou a
carta e se dissolveu em fumaça.
-Hã? – Ela piscou.
– Espe-
A carta
começou a brilhar e aos poucos se transformou em uma esfera de luz verde.
“A prova da astúcia é enxergar além
do que os olhos podem ver”.
Na esfera
estava escrito: ASTÚCIA.
-ISSO! –
Hikari exclamou e correu de volta para onde as amigas estavam. – GENTEEE!
-Que foi?
Não vai dizer que conseguiu informação? – Miyako perguntou, quando Hikari já
estava perto o suficiente.
-Não!
MELHOR! AQUI! – E mostrou a esfera.
-A quinta
esfera! – Daisu exclamou.
-É isso aí,
Hika-chan! – Crys elogiou. – Agora só falta uma!
-Isso! A
de... – O sorriso sumiu no rosto de Blue. – Sacrifício...
-Ah, é. –
Yuu concordou. – Só falta essa.
-Esperem. –
Hikari pediu. – Se a Crys-chan conseguiu a da Coragem, a Daisu da Generosidade,
Yuu-chan da Verdade, Blue-chan do Sentimento e eu, da Astúcia... Isso significa
que...
Todas
olharam para Miyako.
-Que foi? –
Perguntou.
-Miya-chan,
só falta você. – Daisu falou.
Miyako
inclinou a cabeça. Sim, faltava só ela, mas e da-
Meu deus!
A ficha
finalmente caiu.
Sacrifício.
Ela. O que ela teria de fazer para conseguir a esfera? A jovem engoliu em seco,
nunca gostou daquela palavra.
-A-Ah, tá
tudo bem. – Falou. – Tenho certeza que vai dar tudo certo.
-Mas
Miya-chan, é Sacrificio...
-Eu sei, eu
sei. – Ela falou, forçando um sorriso. – Mas como eu disse, vai dar tudo certo.
Eu sou dura na queda.
Mas na
verdade, ela estava com medo. Só que ela não queria parecer medrosa na frente
das amigas, todas tinham se arriscado e superado seus desafios.
Era,
querendo ou não, a vez dela.
-AAAAARGH! –
Crys berrou.
Quando
olharam para ela viram que uma mão negra gigante a agarrou. Mais quatro mãos
apareceram e agarraram Hikari, Blue, Yukari e Daisu.
As mãos as
levantaram para cima com força. O mundo ao redor girou, toda a areia foi jogada
para o céu. Quando Miyako abriu os olhos, elas estavam de volta ao jardim. A
noite não mudara, a lua, o céu, tudo.
-Ué?
Voltamos? Mas... – Ela olhou para frente. – MASOQUE?!
Suas cinco
amigas estavam presas de cabeça para baixo acima de um enorme balde de ácido
fervente. Não precisava ser um gênio para saber que era exatamente isso.
-Hehehehehe.
Ela se virou
e deu de cara com Endless Halloween.
-Você!
-Eu! –
concordou feliz.
-O que você
pensa que está fazendo?! Isso não fazia parte do desafio! – Miyako berrou.
-Na verdade,
faz sim. Eu geralmente não atuo diretamente, mas as coisas estavam tão sem
graça. Nenhuma de vocês morreu, né?
-SUA
MONSTRA!
-Ora
obrigada. – Ela mostrou seu sorriso maníaco. – Mas agora é a vez do seu
desafio. O desafio do sacrifício.
-Se pensa que
vou sacrificar as minhas amigas, você ficou doida! – Miyako gritou e correu até
as meninas.
-Não, não. –
A bruxa cantarolou.
A corda que
segurava as meninas cedeu um pouco, aproximando-as do ácido.
-NÃO!
A corda
parou.
-Seria
interessante sacrificá-las, mas eu não gosto de coisas previsíveis. São tão
chatas.
-O que você
quer?!
-Não é
obvio, quero um sacrifício!
-Então me
leva no lugar delas! – Miyako falou, mesmo que estivesse tremendo sem parar.
Endless
Halloween gargalhou.
-Olha só
para você. Uma escolha tão ousada que você disse, mas não consegue parar de
tremer. Que patética!
A corda
cedeu mais um pouco.
-GENTE!
-A
propósito, você está ficando sem tempo, sabe? – Endless Halloween fez um gesto
com a mão e no ar se formaram os meus números de antes.
00:30
Só mais 30
minutos?!
-Sugiro que
pense rápido.
-Eu já
disse!
-Não quero
você morta, seria chato e previsível também. – Fez beicinho.
A corda
cedeu mais. Suas cabeças a centímetros do ácido.
20 minutos.
Miyako
cerrou os punhos.
Você sabe o que fazer.
-E o que
você sugere? – Perguntou seca.
-Aaaah. –
Cantarolou. – Agora a coisa muda de figura. O que eu quero...? O que eu
quero...?
A corda
cedeu mais ainda. Bolhas respingavam ácido para os lados.
10 minutos.
-Já sei! –
Exclamou.
-O que é? –
Perguntou a loira.
-Eu quero o
seu ren.
-Meu... Ren?
-Sim. Ah, os
egípcios eram mesmo espertos. Ren, a
parte da sua alma que é sua identidade, sua existência. Aquele que sabe o ren de alguém tem total controle sobre
essa pessoa. Oh, que divertido.
9.
8.
Cedeu mais.
7.
-Certo. –
Miyako respondeu por fim.
-Ora vejam
só. Não é tão medrosa assim.
6.
-Pega logo o
meu ren e vai embora.
5.
Endless
Halloween sorriu novamente e avançou com a mão na testa de Miyako, com esse
toque, a jovem viu todas as suas lembranças passando pelos seus olhos. Tão rápido
como um flash.
E depois,
acabou.
A jovem caiu
de joelhos no chão.
-Ehehe, nada
mal.
4.
-Vai embora.
– Miyako murmurou.
-Claro,
claro. Veremos-nos no próximo halloween, Miyako.
A bruxa
gargalhou alto e sumiu num relâmpago.
“A prova do sacrifico é arriscar
tudo, até mesmo sua segurança por aqueles que você ama.”
Uma esfera
cinza surgiu na frente de Miyako. Letras garrafais mostravam a palavra:
SACRIFÍCIO.
A esfera
voou até o céu, assim como as outras cinco que a seguiram. O tanque de ácido
sumiu, a corda também e as meninas caíram no chão.
As esferas
giraram incessantemente até virarem um arco brilhante que voou até os céus. A
lua clareou, as nuvens se dispersaram, trovões ribombaram sumindo a distância. Uma
brisa leve passou por ali, um noite normal de primavera.
-Miya-chan! –
Hikari correu até ela, seguida das outras.
-Você tá
bem, Mii? – Perguntou Blue.
Miyako se virou
para encará-las, ela sorria.
Um sorriso
forçado.
-Eu disse
que era dura na queda. – E fez dedão positivo.
-Quer dizer
que... – Yuu começou.
-Você... –
Daisu falou.
-Mas como? –
Crys perguntou.
-Vai
saber... – Murmurou a loira.
-Miya-chan...
-Eu to bem,
só cansada. Chega de histórias de terror por hoje.
As outras
assentiram.
-Vamos
entrar. – Daisu sugeriu. – Agora está tudo bem... Né?
-Está sim. –
Miyako concordou.
Elas
ajudaram Miyako a se levantar e foram até a casa, exaustas. Tudo pareceu tão
irreal. Será que foi tudo um sonho? Talvez sim, talvez não.
A noite
acabou assim. O que antes parecia tão sombria, agora estava calma e fresca.
Exceto a lua, que tinha a sombra da silueta de uma menina com sorriso maníaco.
FIM.
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É isso aí. Espero que tenham gostado E EU AVISEI QUE TAVA GRANDE! xD
Bem, tá ai. Desculpa o atraso, espero que as meninas gostem das esferas que escolhi para elas e no meu ponto de vista, combina com cada uma. Mas não significa que sejam só elas, cada uma tem um pouco de cada esfera ^^ Alias todos nós temos~
Ai, ai. Que venham as pedradas.
Kissus =**
Bye ~
2 comentários:
Miya-nyaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaan *explode*
*A* Amei essa fic awwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwwn <333 Eu nem percebi que era grande, até eu terminar de ler, asohdsaohdsaohdoash //levatiro Adorei mesmo > u <)9
Fiquei honrada por você ter me colocado na sua fic, sua foufa //hugs
E.... QUE VENHA O PRÓXIMO HALLOWEEN, MUAHAHAHAHAHAHAHAHA //CORRE
Kissu kissuuu~~<3
AMEIAMEIAMEI A FIC x3
essas Hikari e Blue que aparecem por acaso são a HikariBibii e a BlueGirl? eu amo os blogs delas =3 adoro fanfics de halloween e essa ficou perfeita =w=
Ah! já estou seguindo o blog! =3
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